O escritor de Hebreus disse que aos que retrocediam da Graça para a Lei, que eles não sabiam o que era viver de fato sob a Lei. E disse que o que eles pensavam que era viver sob a Lei, nada era, senão jactância; pois, disse ele:
Não tendes chegado ao monte Sinai, palpável, aceso em fogo; e nem entraste na escuridão, e nem nas trevas; e nem estivestes sob a tempestade, e nem tampouco ouvistes o sonido da trombeta, e nem a Voz das Palavras, a qual os que a ouviram rogaram que não se lhes falasse mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte, será apedrejado. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo aterrorizado e trêmulo.
Assim, o cenário palpável no qual a Lei foi dada tem sua equivalência interior sempre que a alma decide viver e se salvar pela insuportabilidade da Lei. Ora, digo existencial [interior] porque o fato histórico da entrega da Lei foi um só; e tudo o mais que à Lei concerne, daí para frente, tem sua repetição na interioridade; pois, nesse caso, o Deserto do Sinai se muda para o coração.
Ora, este é precisamente o cenário interior que a Lei gera naquele que busca viver por meio dela para sua salvação e santificação.
Sim! É consciência acesa em fogo, adentrada na escuridão, imersa em trevas, ao leu da tempestade da alma, em estado de guerra convocada pela trombeta do medo e do pânico; ouvindo a repetição de palavras insuportáveis; ficando apavorado com o rigor da Lei, que não poupa nem a animais, quanto mais à presunção humana... De modo que até mesmo o mediador da Lei, Moisés, ficou aterrorizado e tremulo.
Assim, aviso aos Legalistas e aos Judaizantes:
Todo Homem da Lei que não vê em seu coração o mesmo cenário que os Israelitas viram no deserto, quando ouviram a Lei, é cínico e não está entendendo o que a Lei diz. Pois um legalista que não conheça os cenários psicológicos acima descritos é apenas um fariseu empedrado. Ele não sente nada por ele mesmo virou a pedra das Tábuas da Lei.
Assim, só respeito legalista que fiquem como Moisés e como o povo ante a Voz da Lei: aterrorizados e trêmulos.
Legalistas piadistas e brincalhões já entraram no estado de pedra da tábua da lei.
Portanto, um bom legalista tem que ser completamente neurótico como Saulo era. Do contrário, não tem compromisso com a Lei, mas apenas com a aparência dela — como é o caso da maioria.
Entretanto, o escritor de Hebreus diz que se a pessoa é da Graça, é do Mediador Eterno, é do Sumo Sacerdote segundo a Ordem de Melquizedeque — então o oposto já deve ser verdade existencial para ela Hoje.
Por isso diz:
Tendes chegado ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a miríades de anjos; à universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o mediador da Nova Aliança, e ao Sangue da aspersão, que fala coisas superiores ao sangue do justo Abel.
Desse modo, na Graça [nunca na Lei] se diz que já se tem chegado a Deus, o juiz de todos [sem medo]; e isto por causa de Jesus, o mediador da Nova Aliança; e, sendo assim, entramos no ambiente existencial do Monte Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos, da universal assembléia, da igreja dos primogênitos inscritos nos céus e dos e aos espíritos dos justos aperfeiçoados.
Ora, tudo isso por causa do Sangue da Eterna Aspersão!
Desse modo, verdade com a Lei é inferno e neurose para a alma!
Do mesmo modo, fé em Jesus e na Palavra da Graça, conforme o Evangelho, tira o medo, acaba a escuridade, acalma a tempestade, apaga o fogo do inferno, faz cessar o som da milícia interior, e pacifica o coração.
E mais que isto: dá à pessoa um outro cenário interior; e que é de pertencimento antecipado de todos os bens eternos; afinal, o que significa passar da morte para a Vida?
Pense nisso!
Nele, que é o céu em mim,
Caio
17/09/07
Manaus
AM
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