Segunda-Feira - 13.07.2011- ESTAÇÃO DO CAMINHO DA GRAÇA - D.CAXIAS - RJ

Segunda-Feira - 13.07.2011- ESTAÇÃO DO CAMINHO DA GRAÇA - D.CAXIAS - RJ
JESUS CRISTO, É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.

DIVULGAÇÃO DE ENCONTRO DE ESTAÇÕES NO RIO DE JANEIRO.

EDITOR DESTE BLOG: CARLOS VARGAS ( CEL. 21-9863-1122).

PRÓXIMO ENCONTRO DE COMUNHÃO DA ESTAÇÃO CAMINHO DA GRAÇA EM DUQUE DE CAXIAS ( Ligue para os tels abaixo)

ENDEREÇO:RUA PROFº DE SOUZA HERDY, Nº 994 ( RUA DA AFE - UNIGRANRIO ).NA OUTRA QUADRA APÓS O BAR DO ZECA NO SALÃO DO TILKAS. NO TOLDO AZUL.

INFORMAÇÕES: Ricardo Cel.:9456-2566 ( CLARO)/ Cel.8844-6269 Cláudio.Traga doações de cobertores e alimentos não pereciveis,para assistência aos desabrigados.

O CAMINHO DA GRAÇA é um movimento em movimento que se identifica com o EVANGELHO de Jesus de Nazaré e com todos que se identificam com o EVANGELHO.

Se você deseja saber onde encontrar Estações do Caminho da Graça pelo Brasil clique aqui e entre em contato com os mentores responsáveis.

http://www.caiofabio.net/conteudonews.asp?codigo=6

Todos os dias as 09H00 você pode assistir o PAPO DE GRAÇA ao vivo com Caio Fabio e o dia todo você pode ver e ouvir do EVANGELHO de Jesus de Nazaré assistindo a VEMEVETV.

http://www.vemevetv.com.br/

O site www.caiofabio.net concentra um conteúdo de informações e reflexões sobre temas os mais variados. É só acessar e colocar uma palavra no espaço “buscar” e você poderá se instruir a respeito do que lhe interessar.

No BLOG DO CAMINHO DA GRAÇA http://blogcaminho.blogspot.com/ você encontra atualizações diárias sobre tudo que vem acontecendo no Movimento Caminho da Graça.

CAMINHO NAÇÕES http://www.caminhonacoes.com/ te deixa inteirado sobre todas as iniciativas para fora do Brasil do Movimento Caminho da Graça.

Aqui você se informa como participar do MOVIMENTO PEQUENINOS DA NIGERIA

http://www.caminhonacoes.com/

voce pode participar também deste encontro no ambiente virtual.

Caminho da Graça Estação Virtual http://estacaocaminhovirtual.blogspot.com/p/chat.html

Lembrando que as reuniões acontecem as TERÇAS FEIRAS , virtual mas muito intensamente, as 20:30h (horario de Brasilia).

Se você achar que deve e voluntariamente deseja CONTRIBUIR com a manutenção deste Movimento clique aqui http://www.caiofabio.net/contribuicao.asp e CONTRIBUA generosamente.

Recomendamos aos que desejam saber mais sobre o conteúdo do que ensinamos no Caminho da Graça que leiam as reflexões no site www.caiofabio.net , leia os livros SEM BARGANHAS COM DEUS, ENIGMA DA GRAÇA e o CAMINHO DO DISCIPULO ou acompanhe pela VEVTV as QUARTAS FEIRAS 20h00.

Você pode se dirigir pessoalmente a um dos mentores do Caminho da Graça através dos contatos que estão em cada um dos links acima registrados.

Voce pode encontrar ajuda sobre sua caminhada como pessoa, como ser humano e ser acompanhado na jornada espiritual, emocional, psicológica, relacional, buscando nestes links acima citados os mentores indicados pra estes serviços que disponibilizamos.

Todos são bem vindos entre nós.

Graça, paz & todo bem.


Numa Estação do Caminho da Graça você encontrará o que Jesus encontrava pelo caminho — ou seja, GENTE! Gente quase sem problemas. Gente com problemas. Gente com muitos problemas. Gente atolada em problemas. Gente-problema. Gente solucionadora de problemas apesar de serem perseguidos por problemas. Gente se casando. Gente que chegou descasada e se recasou. Gente que vivia traindo e parou de trair. Gente que ainda trai. Gente que se encara. Gente que mente e nunca se encara. Gente que muda. Gente que ouve, ouve, gosta, mas não muda. Gente madura. Gente infantil. Gente que entendeu. Gente que está entendendo... Gente que não entendeu nada ainda. Gente que vai lá e supostamente anda conosco por interesses de todas as ordens... Gente que logo vê que é vista em sua dissimulação. Gente que aceita a verdade. Gente que gosta de tudo até que a verdade as moleste.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Nele, o maior é o que mais serve em amor!

Nele (Jesus) a gente aprende que a diaconia é ato cotidiano e relacional, e não produto de uma função setorizada com hora marcada em lugar específico, durante certo evento promovido, conforme escalas pré-estabelecidas.

Nele, o maior é o que mais serve em amor!

No Serviço, o maior tem o tamanho de uma criança (Lucas 9.46);

...o maior é João, que nasceu 'servo' e morreu 'servido' numa bandeja;

...o "maior" é o bom samaritano que nem sabia que estava servindo a Deus, pois só fazia o seu próprio caminho;

...o "maior" é a prostituta curvada que ministrou com lágrimas o banhar de Seus pés e os enxugou com os cabelos;

...o "maior" são as anônimas mulheres que o serviam com seus bens;

...o "maior" é o que veste Jesus e o visita na cadeia, e não os que em nome dele operam milagres e expulsam demônios, sem contudo nada amar senão a si próprios, seus ventres e contas correntes!

Marcelo Quintela

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

NATALIPCE GENERACIONAL! É NATAL!

2008 acabou. Estamos entrando em outro ano. Um novo ano com cara de nada. Um novo ano sem promessas humanas. Um ano para se ver, não para se sonhar.

O mundo anda mal. De fato, quando andou bem? No entanto, está ficando pior e pior, em todas as áreas.

As crises globais provocadas pelo homem nas áreas política e econômica são tão normais em sua desgraça que não merecem maiores comentários.

Também não quero falar do Efeito Estufa e nem do Aquecimento Global. Está dito e demonstrado. É ver e crer!

O que mais me aflige são as mudanças no homem. Sim! O que está mudando no ser e na mente das novas gerações.

É angustiante ver que “os filhos” deste tempo vão se tornando todos uns frouxos, deprimidos e sem rumo.

São meninos e meninas com tudo; e quanto mais têm menos são.

E olhe que ainda estamos “na boa”, em pleno “lenho verde” na seqüência apocalíptica que nos aguarda adiante!

No entanto, se estamos cansados caminhando com quem vai a pé, como ficaremos quando tivermos que correr dos que cheguem montando cavalo?

Sim! Se em tempo de paz estamos como estamos, como ficaremos quando estourar a guerra?

Eu, todavia, estou muito animado, e certo de que ainda verei grande colheita do Evangelho acontecendo.

Dentro de alguns dias farei uma micro-cirurgia cardíaca na esperança de parar de fibrilar, e, assim, ganhar mais qualidade de vida, e, quem sabe, mais longevidade.

Não há riscos estatísticos na intervenção. Mas nem por isso deixo de tratar a tudo com o cuidado dos que não sabem de nada mesmo.

Entretanto, minha convicção é que o Senhor me dará mais força e energia física para os anos que estão ainda por vir.

Peço a Ele que me dê saúde a fim de ser útil também à geração de meus netos.

Hoje, neste Natal, o que digo é simples:

Filhinhos, vos escrevo porque os vossos pecados são perdoados!

Pais, eu vos escrevo porque conheceis aquele que é desde o principio!

Jovens, eu vos escrevo porque sois fortes; porque a Palavra de Deus permanece em vós; e tendes vencido o maligno!

Feliz Natal a todos os que crêem em o Nome de Jesus!

Caio

24 de dezembro de 2008

Lago Norte

Brasília

DF

sábado, 20 de dezembro de 2008

NÃO TENHA MEDO DO AMOR!

Se sem amor nada aproveita, então, sem amor não há vida, pois, caso qualquer coisa gerasse vida, o amor seria apenas uma outra alternativa de vida como existência.

Quando Paulo disse que o amor era o caminho sobremodo excelente, ele não dizia que sem amor há um caminho de vida, ainda que inferior.

Não! Afinal, João decretou que Deus é amor, e, também, que aquele que ama conhece a Deus, e que quem não ama jamais o viu.

O amor não é romântico e nem fantasioso. O amor lida com o que é; sem ficção. Nele cabe o romance quando essa é a relação, mas suas bases são bases de verdade e realidade.

Amar é, segundo Jesus, uma decisão espiritual a ser praticada em relação a tudo e todos.

No entanto, o amor tem que ser como o de Jesus. Amor diferente do amor de Deus não é amor.

Pode-se ver Jesus escolhendo amigos livremente. No entanto, Ele nunca escolheu a quem amar. Ele amava quem Ele via e passava o Seu caminho.

Sim! Amava sempre. Amou os amigos e discípulos, mas amou a todos os inimigos.

E quando se diz que Ele amou alguém, como foi com o “jovem rico”, se o vê amando sem romance. Não! Ele ama apenas com amor, não com emoções empolgadas.

Também se vê que no amor de Jesus o objeto do amor, o “jovem rico”, mesmo amado, é deixado seguir o seu caminho de auto-engano. Afinal, o amor deixa livre sempre.

De fato, o amor não é dono de nada e nem de ninguém.

Quem ama não possui e nem é possuído.

O amor não é um encontro de serpentes famintas engolindo uma a outra.

Amar o inimigo é uma decisão, assim como amar a mulher que um dia se amou e se ama.

Entre homem e mulher o amor quase sempre surge como paixão, desejo e encantamento; porém, somente se mantém como amor mesmo, o qual não tem nada a ver com as miragens iniciais do amor embrionário, se for alimentado pela decisão de amar.

Muitas vezes ouço as pessoas dizerem que querem um amor.

Penso:

Não quer amor nada. Quer apenas um Pet para possuir e ser possuído.

Afinal, quem ama não quer nunca um amor, pois pode amar a todos, indiscriminadamente.

Quem quer um amor quer uma posse, quer um objeto, quer um domínio de propriedade humana.

Cada dia mais é minha convicção que aquele que cresce em amor cresce em tudo na vida; da mente aos atos de vida verificável.

Quem quer expandir a mente deve amar, pois, somente no amor pode-se crescer para atingir o que quer que seja nosso maior potencial nesta vida e na vida porvir.

É triste ver que as pessoas creiam que o amor é apenas um confeito de bolo fraterno e humano, sem que vejam que o amor é a própria vida, e que um ser humano estará tanto mais vivo quanto mais amar com o único amor que existe em projeção eterna: o amor de Deus, que é aquele que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; e que jamais acaba.

O amor pode mudar de configuração conforme a relação. Porém, uma coisa que o amor não sabe é desamar.

Não há mistério. Sim! Vida é amor; e quem ama está no caminho de todas as coisas.

O amor é a síntese única de tudo o que faz a existência acontecer.

E se estamos falando da vida no espírito, nada há que possa ser real e verdadeiro sem amor.

Portanto, quem quer vida eterna, que busque amar; fazendo as decisões do amor todos os dias. Sim! Sem nunca se arrepender do amor.

Caio

15 de dezembro de 2008

Lago Norte

Brasília

DF

sábado, 13 de dezembro de 2008

OS " CRISTÃOS" SÃO HOJE OS " JUDEUS " DO EVANGELHO!

O “Cristianismo” teve um papel tão danoso no curso da História que hoje, até os que não conhecem quase nada da história pregressa do Cristianismo, a avaliar pelos frutos que ele dá como fenômeno entre nós mesmos — caíram no cinismo.

Assim, não podendo deixar o “Cristianismo” por causa de uma suposta conexão entre Jesus e ele, incluem, todavia, Jesus e sua mensagem numa atitude morna decorrente do “Cristianismo”; e que faz a pessoa ficar indiferente quanto a compartilhar o Evangelho a um judeu, a um mulçumano ou a um novaeraino, pelo simples fato de que a religião cristã não oferece modelos que demonstrem a realidade de que o ensino de Jesus é crível e praticado em algum lugar-fenômeno do “Cristianismo”.

É por isso que se vêem pessoas que amam Jesus e sabem que Suas Palavras são espírito e vida, ainda assim, por falta de entendimento que o “Cristianismo” é uma coisa, de um lado, e que a fé em Jesus é outra coisa, de outro lado — ainda assim digam: “Se houver alguém de outra crença ao meu lado não falarei nada jamais, talvez, apenas, se muito indagado”.

Ora, entre a ação do “Cristianismo” de dominar os mundos para a “Igreja Cristã” e a ordem de Jesus de, em se indo..., anunciar a Palavra a todos, há um distancia estelar.

Eu, por exemplo, nada tenho a dizer acerca do “Cristianismo”, a menos que se esteja falando de um fenômeno histórico. E menos ainda tenho a dizer se o tema for religião. Sou mudo para a religião. Sou ateu da religião. Entretanto, se o assunto é vida, então, jamais consigo não falar do Evangelho de Jesus, primeiro para os “cristãos”, depois para os “judeus”, os “mulçumanos”, e todos os demais grupos.

Primeiro, porém, me animo a pregar aos “cristãos”, posto que em meio a todos sejam os mais enganados, visto que estão hoje para Jesus assim como os judeus dos dias de Jesus e Paulo estavam para a fé em Jesus e para os Discípulos do Evangelho.

Apenas para fazer pensar um pouco!


Nele, que ama a todos, mas que diz odiar ter Seu nome usado para o mal,



Caio

24/11/07
Lago Norte
ÃO

sábado, 6 de dezembro de 2008

SEM SIMPLICIDADE NÃO HÁ CURA E GRAÇA.

O desespero do homem religioso, especialmente do cristão ou do judeu praticantes, é o mais intenso e forte desespero que o coração humano já experimentou. Isso porque esses dois credos religiosos são aqueles que propõem a salvação humana como obra de justiça própria, especialmente de natureza moral. É verdade que qualquer cristão doutrinado que leia o que acabei de falar dirá imediatamente que isto não é verdade quanto ao Cristianismo e, especialmente, não é verdadeiro em relação ao Protestantismo, em razão de que o arcabouço doutrinário da Reforma postula a salvação pela fé na Graça de Jesus. Todavia, todos sabemos que a doutrina é essa, mas que na prática isto nunca foi verdade para a “igreja”. Sim, porque prega-se essa salvação pela fé apenas como argumento alentador na chegada do “novo-crente”. Porém, no dia seguinte ao da “Decisão de ser Crente”, o indivíduo já começa a ser doutrinado na salvação e na santificação moral e autônoma, realidades essas que cada pessoa tem que conquistar a fim de se manter no posto da salvação pela via de sua irrepreensibilidade moral. Assim, inicia-se falando o Evangelho como sedução, e, uma vez feito o prosélito, imediatamente ele é transformado num cristão fariseu.O que segue são barganhas e mais barganhas com Deus, acrescidas de um estado perene de inquietação, nervosismo e culpa — medo de cair... Ou, então, no caso de o indivíduo estar se sentindo “bom” o suficiente para a agradar a Deus pelas suas próprias obras e pela sua própria moral, surge um ser arrogante, nojento e insuportável para a normalidade do convívio humano. Assim nascem os crentes, tanto os neuróticos pela culpa e pela barganha, quanto também o crente santarado, que é esse ser da “dita-dura”, e que trata com raiva e com inveja aqueles aos quais acusa de serem “pecadores”. Sim, porque nesse caso o espírito de juízo e acusação é proporcional à inveja que se tem da liberdade ou do “pecado” do outro.Tenho muita pena de ambos os grupos, mas especialmente dos que ficam neuróticos pelo peso das acusações que vêm dos crentes fariseus. A leitura de Mateus 23 nos mostra que, para Jesus, esses tais eram seres profundamente danosos quando estabeleciam contato com outros seres humanos, sempre com a vontade obstinada de desconstruir a individualidade do outro, fazendo deste um clone do crente-boneco-fariseu. “Ai de vós...” — foi o que Jesus repetidamente disse a eles, aos fabricantes de “crentes em série”. Minha angústia tem a ver com o estado mental adoecido que esses cristãos-fariseus multiplicam e aprofundam a cada novo “discípulo” que fazem. Toda hora atendo “discípulos” desses “cristãos-fariseus” e quase sempre ou os encontro surtados de culpa, medo, débito e pânico de maldição, semi-esquizofrenizados, visto que para se amoldarem à fôrma dentro da qual são postos, a fim de se plastificarem nos moldes “legitimados” pela “religião dos bonequinhos movidos à corda”, tais pessoas precisam matar a si mesmas, aceitando como novo “eu” a caricatura humana proposta pela “igreja”.Não há alma humana sensível e sincera que aceite tais coisas e não adoeça seriamente. Ora, faz anos que digo isso, bem como faz muito tempo que atendo pessoas sofrendo dos males de alma produzidos pela religião. No entanto, nos últimos anos, a “porteira da alma” se abriu, e a boiada dos angustiados saiu numa corrida atropelada, buscando, aos pinotes de angústia, um pasto de liberdade.Os vícios mentais incutidos pela religião, todavia, são os mais difíceis de serem removidos e tratados. Isso porque quando você ensina às pessoas acerca da Graça de Deus, a questão que invariavelmente chega, é a mesma: “Mas como pode ser tão simples? Não há mais nada a fazer a não ser confiar que já está pago e viver apenas nesta fé?” — é o que me perguntam. A pedra de tropeço dos crentes é o Evangelho de Jesus. Sim, são os crentes os que mais dificuldade têm de crer que é apenas crer. De fato, a maioria sofre da Síndrome de Naamã, o Sírio. Sendo general importante e sofrendo de lepra, foi-lhe recomendado a ir até a presença de Eliseu, o profeta de Samaria. Ao chegar lá, o profeta nem mesmo saiu de casa a fim de atender o general, mas apenas mandou que ele fosse até as águas do Jordão e se lavasse 7 vezes. Naamã não quis ir. Achou simples de-mais. Esperava que Eliseu viesse, lhe prestasse honras, dedicasse a ele um rito, movesse as mãos sobre as feridas dele, e, assim, feitos “os trabalhos”, Naamã fosse declarado curado. De fato, tão contrariado ficou o general, que já estava indo embora quando um de seus servos lhe disse: “Se o profeta tivesse recomendado algo difícil e complicado tu não o farias? Ora, por que não fazes o que ele manda apenas por que é simples?”O que vejo prevalecer entre os cristãos é que mentalidade do “difícil”, a consciência pagã de Naamã, e os mecanismos de cura pagã, sempre carregados de “correntes e campanhas”, todas baseadas em barganhas com a divindade, sendo que tal pratica é desavergonhadamente chamada de “sacrifício”. Para esses nunca haverá descanso, nem paz e nem a alegria que vem da segurança que se arrima na fé simples. Enquanto os crentes obedecerem à espiritualidade de Naamã, o Evangelho não produzirá nenhum bem em suas almas!Toda hora me vêm pessoas que me dizem que não entendem como quando passaram a apenas aceitar a simplicidade do Evangelho de Jesus, e crer que está tudo feito e pago, e que a vida com Deus é simples, e que o andar com Jesus é sereno — pois é fruto da confiança no que Ele já fez por todos nós —, tudo começou inexplicavelmente a mudar para o bem em seus corações. Mas alguns estão tão viciados na barganha com Deus e nos muitos e intermináveis sacrifícios de presença a todos os cultos, células, campanhas, atividades, e muita mão-de-obra dedicada aos líderes da “igreja”, que não conseguem nem mesmo crer que o bem que lhes está atingindo é verdadeiro; pois, para tais pessoas, “não é possível que seja só isto”.Todavia, é simples mesmo; e bem-aventurados são aqueles que não tropeçam na Pedra de Tropeço e nem na Rocha de Escândalo, que é Jesus, e nem na total simplicidade de Seu Caminho, que é o único Caminho de Paz para a vida.Quem não crê, que faça seu próprio caminho pelos infindáveis labirintos da religião... Eu, todavia, me agrado de todo o coração no que Jesus já fez por mim, perdoando todos os meus pecados, me justificando perante anjos, demônios e homens, dando-me a chance de andar com tranqüilidade e paz entre os homens, com o coração pacificado na confiança no amor de Deus, de cujas mãos ninguém e nem coisa alguma pode me arrebatar.“Quem crê tem...”— disse Jesus. Sim, quem crê tem tudo. Quem não crê, todavia, pode ter tudo — igreja, moral, credo, dogma, sacrifícios, barganhas, etc...—, porém, não terá nem paz e nem descanso, visto que paz e descanso apenas habitam a fé simples, que não pergunta: “Quem subirá aos céus? (isto é: para trazer Jesus à Terra pela encarnação); e nem tampouco diz: Quem descerá ao inferno? (isto é: para dar uma ajudinha a Jesus na ressurreição dos mortos).” Sim, a fé conforme o Evangelho sabe que a Graça não está longe; ao contrário: sabe que ela está bem perto, na boca e no coração; pois “se com a boca se confessa a Jesus como Senhor..., e, no coração se crê que Deus o ressuscitou dentre os mortos, se é salvo; pois com o coração se crê para obtenção da justiça justificadora de Deus (pela fé), e com a boca se faz a confissão em fé acerca da salvação que já é nossa; e já foi consumada e acabada por Jesus em favor de todo aquele que crê com simplicidade e confiança.Mas como disse, é essa simplicidade do Evangelho que acaba sendo a Pedra de Tropeço dos crentes. E, assim, deixando a Rocha da Salvação, se entregam às infindáveis barganhas patrocinadas pelos Líderes Fariseus, os quais não contentes em se fazerem filhos do inferno (conforme Jesus disse), ainda desejam corromper a alma de muitos, criando seres atormentados pelas chamas das culpas e acusações do inferno, negando a eles a chance de viverem em liberdade no amor de Deus. Portanto, saibam todos: sem fé simples e pura, posta em Jesus, confiante no Evangelho da Graça, não há nem paz, nem alegria, nem espontaneidade diante de Deus, e, sobretudo, não há saúde de alma para viver a vida como Vida, e não como tormento sem fim. Ora, quando é assim a religião se torna a ante-sala do inferno!Nele, em Quem tudo é simples,Caio

sábado, 29 de novembro de 2008

ADORO DE TODA MINHA IGNORÂNCIA!

Quanto mais o tempo passa, mais sou esmagado pela minha ignorância.
Sim! Quanto mais vou sabendo, mais esmagado vou ficando pela constatação do que não sei; pois, quanto mais se sabe, sabe-se apenas mais ainda a fim de aprofundar a natureza e a sofisticação da ignorância.
Não sei quase nada sobre o Universo e seus multiversos; sobre seus anti-versos; sobre seus ambientes paralelos; sobre a sua natureza essencial; sobre suas criaturas e existências; sobre os infinitos mundos que existam dentro e fora do Universo; sobre a Terra, e tudo o que nela há; sim, sou cada dia mais ignorante; ignorante do que sei, e cada dia mais sábio sobre o que não sei...
Cada dia vejo como sou ignorante de mim mesmo e de tudo o que seja mistério no mundo.
Ignorância é minha condição!
Ao mesmo tempo, quanto mais me disponho a amar, mais vejo que o que existe não é feito de conhecimento, mas sim de sabedoria desinformada e caminhante na direção do que seja o amor como vida.
Assim, quanto mais meu saber aumenta, mais cresce minha ignorância; pois, todo saber apenas esclarece o tamanho do que nos falta como conhecimento.
Do mesmo modo, quanto mais reconheço minha ignorância, mais cresço em confiança; pois, meu maior esmagador de ilusões sobre o Sentido da Vida não é a Ciência, mas a Palavra.
A Ciência me dá ilusões de saber. A Palavra é que desmonta tudo, sempre me projetando para naturezas de existências e de possibilidades que estão muito para além da mais fascinante viagem cientifica ou ficcional.
Então, pela fé, fico sabendo o que basta; e isto não me desestimula na busca do saber.
Pela fé fico mais aberto do que qualquer cientista, cuja profissão preconiza uma mente aberta.
Sim! Fico mais aberto do que um cientista, pois, a ciência trabalha com as variáveis do “possível acordado cientificamente”.
Mas a fé decorre da confissão que diz:
Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus”.
Nele, em Quem sou esmagado de alegria de apenas confiar no Amor que não mente,
Caio
26 de novembro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF

sábado, 22 de novembro de 2008

No Caminho da Graça não se ensina a SABER. Ensina-se/aprende-se a CONFIAR.

Gente amada,

No Caminho da Graça, de vez em quando, aparece gente se queixando que eu não ensino "doutrina" em Santos, que o Caio não estabelece um "Credo". Eles querem dizer que não enfatizamos os dogmas e sistemas que distinguem uma igreja de outra... Mais ou menos isso.

Ora, continuaremos sem o fazer, senão qdo houver oportunidade especial, gerada pela necessidade urgente dado alguma perversão presente, tipo: Jesus já voltou, Jesus não voltará, Jesus voltará antes, Jesus voltará depois, Jesus recolheu os dons, Jesus manifesta os dons, Jesus predestina, Jesus deixa que nós decidamos, Jesus manda pro inferno, Jesus tira do inferno, a gente dorme (descansa) quando morre, ou a gente salta da morte para o colo do Pai, e por aí vai...

Bom, se o essencial estivesse assentado como verdade Absoluta no coração de quem crê, a gente ia se divertir articulando normatizações, pinçando os elementos periféricos mais palatáveis no vasto cardápio de possibilidades doutrinárias... Self-service... Seria como ir no Subway e montar o próprio sanduíche, como a "igreja" faz, misturando ingredientes onde um anula o gosto do outro, quase sempre! Tipo assim: Salvo pela? Graça. Santificado pelo? Mérito.

Vai entender!

Quanto a nós, enquanto a perversão for aquela que se refere a própria pregação da BOA NOTÍCIA DA RECONCILIAÇÃO E DO PERDÃO, o que faremos sem cansar é pregar a BOA NOTÍCIA DA RECONCILIAÇÃO E DO PERDÃO.

O que há é a pregação do FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS.

Agora, me digam: Para que serve ensinar as doutrinas periféricas que acrescentam conhecimento à "intelectualidade espirituóide", se a mais premente necessidade é responder à perversão do que é básico, fundamental e essencial, pilares sem os quais nada se contrói.

Imagina ensinar teologia a quem não conhece nem a si mesmo, e pretende ainda assim, conhecer a Deus... em fragmentos.

Se não se conhece nem a Cristo, e Esse crucificado; como se conhecerá a Jesus Glorificado? Um "credo" Caminhante? "CRUZ-Credo!" Meu credo é a Cruz, onde fui crucificado com Cristo, e a vida que eu vivo, vivo-a pela FÉ no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim!

Do contrário, quem começar do fim, acabará assim: Deus em fragmentos, gente fragmentada.

É como pensar na decoração das paredes numa casa que não tinha teto e não tinha chão. Esse é o Cristianismo de nossos dias: quer deliberar sobre o aborto, sobre a inclusão do homossexual, sobre os tipos de batismos, sobre o destino eterno dos orientais, sobre a crise econômica e sua sombra apocalíptica, e não se enxerga a si própria perdida do ESSENCIAL.

No Caminho da Graça não se ensina a SABER. Ensina-se/aprende-se a CONFIAR.

Quem confia, saberá.

Quem sabe, deve saber também como convém saber; posto que o saber acadêmico-espiritual raramente gera confiança e convicção de fé, e quase sempre realiza o contrário na "alma sábia": presunção e arrogância.

Por isso, caros amigos, não se preocupem. Enquanto o fundamento dos apóstolos e a chave de interpretação em Cristo não for o chão teólogico da caminhada e enquanto o Caminho de Deus encarnado não for nosso caminho mais excelente, de amor devotado ao próximo... Nada poderemos fazer quanto a um "credo caminhante".

Credos são para religiões.

No Evangelho não há credos! Nem crenças! Nem créditos!

Crê somente!

Daí, um monte de perguntas sem respostas ficam respondidas; não pela assimilação da resposta exata, mas pela dissipação da pergunta. Você vai procurar aquela questão tão aflitiva por tantos anos (tipo: por que sofremos?), e quando percebe ela dissipou-se, evaporou-se, desocupou o peito, des-encucou a mente... Já era!

Calvinistas? Arminianos? Ecumênicos? Universalistas? Liberais? Reformados? Místicos? Pré-tribulacionistas? Pós? Trans? Amilenistas? A Terra "enrolada como papel, destruída pelo fogo"? Ou a Terra restaurada para herança dos mansos? A Bíblia é? A Bíblia contém? A Bíblia não tem?

Ah! Meus irmãos... Quem não confia no Amor, desconfia que Deus não saberá o que fazer se nós não o orientarmos detalhadamente. Quem confia no Amor tanto pode ser arrebatado desse mundo como ficar até o instante final, onde a coisa vai ficar tão feia, que se não fosse abreviada nem os eleitos se salvariam!

Os eleitos não se salvariam se a salvação não os tivesse elegido!

Quem entende isso?

Deixa pra lá...meu irmão!

Há Deus sobre a História!

Quanto a ti, vai e segue-O! E aí "onde Eu estiver, estareis vós também!"

Louvado seja o Senhor!

Na mesma Graça,



Marcelo Quintela

Santos/SP

sábado, 15 de novembro de 2008

A " ERA " ESTÁ MUDANDO !

Todo mundo que me lê sabe que o “Cristianismo” é, em minha visão, apenas um fenômeno humano. Nele há coisas boas, mas também há uma montanha de criações humanas que nada têm a ver com a Escritura — menos ainda com Jesus (a chave hermenêutica) e com o Evangelho (que só é entendido em Jesus).

Desse modo, vejo no Cristianismo um poder político-religioso que se tornou profundamente desarticulado, especialmente com o advento do Protestantismo, o qual pulverizou o que antes era monoliticamente uma coisa só na Igreja Católica — apesar de suas divisões internas.

Assim, o reino de Deus em nada depende do “Cristianismo” — podendo, entretanto, eventualmente, ter nele (no “Cristianismo”) algum sinal, mensagem, gesto ou ação. Isto quando o “Cristianismo”, de vez em quando, se submete ao Evangelho.

Mas a morte do “Cristianismo” ou a chegada da “Era Pós-Cristã”, em nada deve nos afligir, pois, a única coisa que interessa ao reino de Deus é se o Evangelho do Reino está sendo pregado às nações, e não se o “Cristianismo” está forte — posto que o “Cristianismo” fortalecido em nada significa “evangelho sendo pregado”.

Entretanto, deve ser admitido que cresce uma campanha subliminar que visa tirar o “Cristianismo” do Ocidente e da Terra toda. E isto é assim sob o argumento “politicamente correto” que se faz apresentar do ponto de vista social e político pela afirmação de que o Ocidente é hoje completamente cosmopolita — composto de culturas, etnias, raças, crenças e religiões do mundo inteiro.

Todavia, na base disso, consciente ou inconscientemente (ainda que para muitos possa ser inconsciente, há um grupo de pessoas que sabem o que querem, sabem o que estão fazendo, e sabem o que alcançarão) — há, por parte de uma elite cultural, econômica, política, ideológica, filosófica, e cientifica, a disposição de enfraquecer tudo o que possa dizer respeito a Jesus e ao “Cristianismo”. Mas como eles não separam Jesus do “Cristianismo”, o ataque é geral.

Veja, por exemplo, o National Geographic Channel. Na Virada do Ano que acaba de acontecer eles divulgaram uma saudação na qual diziam como judeus, mulçumanos, hindus, etc., celebram o Ano Novo em épocas diferentes do ano. Tudo bem! Ao final diziam “Feliz Ano Novo!” Mas a mensagem que sub-jaz é outra...

O que se está dizendo é: “A referência de ano estabelecida no Ocidente pela cultura cristã é relativa no resto do planeta”.

Certo! Porém, pergunto: Eles fariam tal saudação no Japão, em Israel, na Arábia Saudita, ou em Nova Delhi?

É claro que não!

Fazem isso somente aqui. E por quê?

Ora, é que esta é a Era da Negação de Jesus. O “Cristianismo” é apenas um infeliz detalhe. Mas a “mensagem” deles está dada... E será cada vez mais enfatizada.

Estamos de fato assistindo a mudança de um Aeon. Uma Era. “Século”, na linguagem dos evangelhos.

Estes dois mil últimos anos foram determinados pelo poderio de Roma via fortalecimento do “Cristianismo”. Sem o “Cristianismo” Roma teria desaparecido com a Queda do Império Romano.

Mas, em razão da “conversão-sempre-adiada” de Constantino ao que veio a se transformar, sob a tutela dele, no “Cristianismo”, é que se garantiu o espírito de Roma no mundo pela existência e força da Igreja Católica.

O espírito de Roma habita a Igreja Católica na sua versão Vaticana!

Entretanto, essa Era está chegando ao fim. De fato, já acabou — alimentando-se ainda e apenas de sua energia histórico-inercial.

Vendo os programas de televisão de Natal feitos pelas redes de televisão globais (ou seja, que cobrem a terra toda), vi claramente que até mesmo em relação ao “Cristianismo” eles têm uma agenda e um critério de seletividade do que é e do que não é “questionável”; e isto a fim de apresentar em seus documentários.

Para eles o que é “questionável” é tudo o que é essencial na confissão dos evangelhos. E o que não é “questionável” é tudo aquilo que possa supostamente “reforçar” a tese desta Nova Era.

Assim, o nascimento virginal, a castidade de Jesus (ele teria tido um caso com Madalena), os milagres, a traição de Judas, e a Ressurreição — são temas questionáveis ao extremo. Mas a viagem dos “Três Reis Magos” vindos da Pérsia para Israel (coisa no que creio do mesmo modo como creio nas outras) passou a ter um papel central nas histórias de Natal das redes de televisão mundial.

Por quê?

Porque de magos e de orientalismos é o que se quer ouvir falar, posto que o “Cristianismo” perdeu qualquer que seja o apelo. Do “Cristianismo” se usará agora apenas aquilo que reforçar a tese desta Nova Era.

Por ists os evangelhos apócrifos de Judas, Tomé, Bartolomeu, Filipe, Maria Madalena, etc., ganharam tanta importância; pois, neles, Jesus é “outro Jesus”. Sim! É um Jesus “maitreianizado”. Um Jesus metrossexual. Um Jesus gnóstico. Um Jesus Da Vinci!

Nesse caso Jesus e o “Cristianismo” são úteis. Ou seja: quando reforçam a tese do “Cristo da Nova Era”.

Há muito mais coisa sendo urdida na Terra do que desejamos acreditar. Entretanto, deveria ser tão simples crer. Afinal, vivemos num mundo de encontros, de estratégias, de cartéis, de confrarias de mercado, de clubes de informação, de conspirações, de arapongagens, de espionagem, de controle, de capacidade de traçar uma agenda comum e secreta, e de ter interesses maiores do que diferenças ideológicas, religiosas, nacionais, étnicas, etc.

Sim! Se admitimos tudo isso em escala amadora, nacional, política e de natureza pública (indo da Abin, aqui, à CIA, “ali”; indo do Clube dos 7 aos Encontros de Gaia, em escala global), por que a dificuldade em crer em esquemas e articulações muito mais profundas e secretas, tipo o que acontece no Bilderberg Club, por exemplo?

Não sou paranóico, mas já estive em muitas situações nas quais vi como homens poderosos mexem um país inteiro com apenas uma decisão!

Já vi decisões entre cafezinhos e gargalhadas virarem “Jornal Nacional”; ou até em matéria do “New York Times”.

Sim! O que já vi, com meus olhos, não me deixa mais olhar o mundo e seus sistemas com inocência. E o Apocalipse manda ver que se trata de um sistema global mesmo. E que não se trata de apenas um poder, mas sim de um conjunto de poderes, forças, meios e interesses.

“Acautelai-vos do fermento de Herodes e do fermento dos fariseus” — disse Jesus.

Eles sempre têm seus acordos. Eles se unem em razão de interesses maiores. Seu maior interesse é controlar. E em tais ambientes cabe de tudo — desde ricos e poderosos a líderes mundiais; assim como também nele há lugar para médiuns, paranormais e pessoas supercapacitadas ou super-influentes.

Sim! Uns vão pela maldade. Outros pelo controle. Outros pelo prestígio. Outros pela vaidade. Outros por ideologia.

Mas ninguém se engane: os dias são maus. E de nós se requer que tenhamos os olhos bem abertos, que nos unamos em torno do Evangelho, e que busquemos diminuir as distâncias entre os que crêem.

Pois os que dizem crer em outra coisa, unem-se, investem seu dinheiro e tempo e põem seus recursos a serviço de sua causa; e são determinados em seus objetivos maiores do que a vontade de aparecer publicamente — visto que o que fazem é secreto, sendo revelado apenas para um seleto grupo de musos e musas do poder.

Para pensar, orar e ver!

Nele, que está conosco pelos séculos dos séculos — ou seja: em todos os Aeons,

Caio

05/01/07

Lago Norte

Brasília

sábado, 8 de novembro de 2008

DESISTINDOो DAS COISAS DE MENINO.



DESISTINDO DAS COISAS DE MENINO
(Mensagem Transcrita)




AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

1 Coríntios 13


Oração:

Pai, nós te invocamos. Cada um de nós carece da tua graça. Queremos que a tua palavra nos alcance; queremos que ela nos revele quem nós somos; que ela nos revele mais da graça de quem tu és e que ela nos seja um propulsor que faça com que a gente, dia a dia, dê um passo além da direção de nos tornarmos aquilo para o qual nós fomos chamados a ser.

Nós pedimos que seja assim, que haja paz no coração de todos. Que a tua palavra, quando nos molestar, nos moleste na direção da tua paz profunda. Quando ela nos perturbar, que ela nos perturbe na direção daquela lucidez que traz consciência da graça e faz o coração descansar em Ti.

Dá-nos que o resultado disso seja que cada um de nós encontre uma estatura cada dia um pouquinho maior e não menor do que a do dia seguinte.

Em nome de Jesus, para a glória de Jesus, amém.


* * *


Eu queria dizer a vocês para a gente não fazer aquelas divagações teológicas cansativas, que eu já não tenho muita paciência para elas (que “a natureza desse amor é Ágape” e tudo mais).


Mas o que Paulo está dizendo aqui não é para anjos nem é para Deus. Ele não está dando um conselho para Deus, dizendo: “Olha, Deus! O amor de Deus é assim...” Nem está chamando anjos e dizendo: “Olhai, anjos! O amor de Deus é assim...”


O que ele está dizendo é pra gente, que não tem nada a ver com isso aqui, cuja natureza caminha em direção diametralmente oposta. Gente que, desde o nível celular, carrega dentro de si uma ansiedade famigerada por se alimentar do outro, numa escala onde o superior usa o inferior, de tal modo que a vaca que come capim e gordura e tem licença para o fazer, nós nos sentimos já licenciados há muito tempo pra nos apropriarmos daquelas coisas que, na escala da criação, tem valor inferior a nós. Por isso, a gente come — os mais generosos, erva; os menos generosos, picanha, cupim e outras coisas.


Mas é uma apropriação constante do superior sobre o inferior. E o resto inteiro da organização da vida, indo das relações de sobrevivência básica à construção dos sistemas sociais, econômicos, relacionais, familiares... Em todos os níveis, as hierarquias de apropriação se estabelecem, ou pela via do poder, ou pela via do saber, ou do dinheiro, ou de uma mágica, ou seja do que for, o que possui o que falta ao outro, apropria-se dele.


Aí vem essa história desse amor que inverte essa cultura existencial radicalmente, e que, quando a gente olha em volta de nós, no mundo, é mais raro do que qualquer coisa rara possa rara considerada ser; e a gente olha pra dentro de nós e mesmo quando compara o melhor de nós concentrado na direção dAquele a quem a gente ama mais, a gente ainda descobre que nem aí nós saímos da estatura daqueles que balbuciam pro nível daqueles que articulam as primeiras palavras na lógica desse amor.


E aí o que acontece?


A gente tenta santificar alguém, a gente começa a achar que ouve santos que viveram isso aqui em plenitude.


Só quero lhe dar uma notícia horrorosa: nem Paulo, que escreveu isto aqui, conseguiu durante uma única semana seguida da existência dele, encarnar de modo absoluto a verdade que ele conhecia, na qual ele cria, e mais que cria, cria a ponto de fazer poesia!


Isso é chocante, porque todos os verbos desse texto, usados por Paulo, são inclusivos da pessoa dele. Ele não está dizendo nada sobre “vocês”. Ele diz: “Eu passo a mostrar-vos um caminho sobremodo excelente...”. E o resto da descrição toda tem a ver com “em parte conhecemos, em parte profetizamos, em parte vemos, em parte sentimos” porque ele está dizendo: “O caminho eu sei qual é, mas nós estamos andando juntos”.


A revelação do que é isso é absoluta; a nossa compreensão do que é isso é relativa; e a nossa capacidade de realização encarnada disso, mais relativa ainda. E nos remete para um processo, para um projeto de vida, de existência; e nos chama pra algumas lições práticas sobre a vida. Pois eu quero que você preste atenção no seguinte:


Hoje eu não estou querendo fazer uma exposição bíblica desse texto. Hoje eu só queria que você, que já o sabe “de cor e salteado”, pensasse, de uma maneira um pouquinho mais realista, nas lições simples não poetizadas, porém impregnadas de vida, intoxicadas de um poder que nos falta, e que eu gostaria que a gente, pelo menos, levasse pra casa, porque uma prática se torna prática consistente só muito tempo de uma verdade ter se transformado num valor no nosso coração.


Então, qual é a primeira lição que aparece aqui?


A primeira é esta:


À luz do que Paulo diz aqui, eu aprendo que leva um tempo entre o conhecimento de uma verdade e a sua totalização em nós.

Uma das grandes angústias da gente é que parece que todas as vezes que de algum modo a gente não tem mais como dizer que uma determinada verdade, um determinado valor nos penetrou, daí em diante, nós caímos no nível da indesculpabilidade permanente pela sua transgressão e cometemos a pior blasfêmia: transformamos uma verdade em Lei, e Lei escraviza. A Verdade liberta!


Nenhuma verdade de Deus quer ser lei, porque toda verdade de Deus transformada em lei gera o oposto daquilo que a verdade produz. A gente conhece a verdade, a verdade nos liberta. Mas transforme uma verdade em lei e ela vai matar você pra sempre.


Então, o que Paulo está dizendo é o seguinte : “Vejam na prática! Como eu sei todo esse valor. Eu consigo trazer pra dentro do meu coração a certeza profunda do ideal desse amor de Deus desse jeito! Essa é a nossa vocação!
Quando vier o que é perfeito, é nessa perfeição que um dia seremos aperfeiçoados”.


Quando a nossa viagem do estado de infantilismo ao da estatura do varão perfeito em Cristo se concretizar, nós seremos a absolutização disso aí. Eu só quero que você saiba de uma coisa: eu sei disso! Mas eu estou convidando você pra assumir a sua parcialidade de ser e não se tornar cínico e caminhar junto comigo nesse caminho sobremodo excelente, porque existe uma coisa inalienável:


NENHUMA VERDADE, UMA VEZ APROPRIADA E CRIDA, SE TRANSFORMA EM CONCREÇÃO ABSOLUTA INSTANTÂNEA NA VIDA DA GENTE NA MESMA HORA.


Ela tem que crescer em nós.


Às vezes ela atinge a nossa mente.


Vai levar um tempo pra ela virar emoção.


Vai durar outro tempo pra ela virar reação.


Vai levar outro tempo pra ela virar atitude.


Vai durar outro tempo pra ela se transformar em suor, em naturalidade, em ser que já pode ser sem nem evocar o ser que ele gostaria de ser, porque esse ser já não sabe ser outra coisa, a não ser ser aquilo!


É o caminho!


Então, vamos acabar com essa agonia de que “cada verdade que eu aprendi, meu Deus, virou uma lei que vai cair na minha cabeça e vai me destruir, e a minha indesculpabilidade é permanente porque eu agora sei essa verdade!” Ou, então, a gente tem que dizer: “Conhecereis a verdade e a verdade vos ferrará!” Porque até pra conhecer a verdade a gente tem que conhecer a verdade na graça.


Conhecer uma verdade já é graça! É favor imerecido, é revelação. É luz divina!


Então, ora... Se eu discerni uma verdade, eu recebi graça, porque se eu discerni em graça uma verdade; se não fosse a graça de Deus, eu por nenhum outro meio a discerniria. Por que, então, no dia seguinte, transformo isso que me foi dado como graça numa lei para me matar?


É PRA ME LIBERTAR!


Então, quando Paulo diz “Eu sei o que é isso” e passa o resto do tempo dizendo: “Nós conhecemos em parte, sabemos em parte; não chegou pra todo mundo, nem pra mim; é um caminho perfeito, eu estou chamando você pra andar junto comigo...”, ele está dizendo: “Olhe! Não vamos deixar que a verdade vire uma lei. Se virar, você não dá o passo seguinte, porque o passo seguinte você só dá na graça de Deus, e graça é favor imerecido.”


É nessa injustiça dolorosamente apaixonada, inexplicável e quase absolutamente indivisível do ponto de vista de qualquer racionalidade, que isto vem da parte de Deus para nós. É a arbitrariedade mais absoluta do absoluto: poder amar, incluir, perdoar e acolher sem precisar dar nenhuma outra explicação para ninguém em lugar nenhum, a não ser a cruz de Cristo e o sangue de Jesus — e daí em diante, silêncio!


É graça de Deus!


Na terra, toda plenitude de saber ainda se realiza em parte naquele que sabe.
E uma das angústias e dos espinhos da carne de quem sabe é ter que dizer como Paulo em Romanos 7: “O bem que eu quero nem sempre eu faço, mas o mal que eu não quero, às vezes eu faço.”


Isso se aplica a outra coisa: o que eu sei nem sempre todo dia eu consigo transformar em prática, mas eu estou andando nessa direção, e me esquecendo das coisas que para trás ficam, eu prossigo para o alvo; não faço voltas pra ressuscitar fantasmas. Eu prossigo para o alvo porque se a verdade não me libertar, no mínimo, do meu passado, ela serve para me libertar de quê?


Segunda lição:


Esse caminho sobremodo excelente é o único caminho capaz de transformar um menino num homem nesta Terra. Não há nenhum outro caminho. Esse caminho sobremodo excelente desse amor inatingível é o único caminho que leva um menino na direção de ser um homem. Sabendo o seguinte:


Meninos todos nós somos. Homens nós vamos nos tornando.


A estatura desse homem é do tamanho da não-esquizofrenia entre a verdade sabida e a vida vivida.


Quanto mais a consciência dessa verdade vai deixando de ter um fosso, um vazio, uma rachadura imensa entre o que eu sei e o que eu vivo, o que eu ajo, o que eu reajo; quanto mais vai aproximando, vai diminuindo a rachadura, a esquizofrenia — ela nunca vai estar completamente unida; só quando vier o que é perfeito, até lá é em parte —; quanto mais aproxima uma coisa da outra, mais o menino está virando homem, mais o homem está virando homem, mais o homem está crescendo. E a lição que ele diz é a seguinte:


“Quando eu era menino, eu pensava, falava, sentia como menino. Quando eu cheguei a ser homem, eu desisti das coisas próprias de menino.” O que revela outra coisa:

Que a gente chega a ser homem, mas um outro passo é você desistir das coisas de menino!

Senão, você vive permanentes síndromes de Peter Pan espiritual. Tem dias em que você está homem, tem dias em que você está menino. A ciclotimia fica nessa variedade e nessa mudança, até que você desiste.

Acho que na experiência humana, com a maioria de nós houve momentos em que você desistiu de coisas de menino. Ou será que ninguém aqui jamais desistiu de ser menino — um dia acordou e disse: “Não! Isto aqui é coisa de menino!”?

Isso nunca aconteceu com você? Pelo amor de Deus! Quantas vezes eu acordei, adulto, e disse: “Isso aqui é coisa de menino.” Eu estou longe de ficar cometendo as gafes de falar coisas de menino ou de fazer coisas de menino, mas sentir coisas de menino é o mais difícil porque habita a interioridade. Então, às vezes você fica “homenzinho” pra fora, fala tudo direitinho pra fora, faz tudo bonitinho pra fora, mas, do lado de dentro, você e alguém mais sabem que você não deixou de sentir coisas de menino.
Não que haja aqui a morte da criança linda; o discurso não é esse, não leve para esse lado. Porque Jesus glorifica o estado de infância no coração dizendo: “Se você não se fizer como um pequenino, você não entra no reino de Deus.”


O que Paulo está denunciando é um estado de imbecilidade. Então, desistir das coisas próprias de menino dói. É como desistir de uma doença crônica; é um horror. O cara fica viciado em dores, nos tratamentos, nos clubes de solidariedade que se formam em volta, nas histórias que não pára nunca de contar... Existe uma população imensa no planeta para quem a pior coisa que poderia lhes acontecer seria uma cura. Iria acabar o casamento. Acabaria um monte de coisas. Por isso é que Jesus encontrou aquele cara em João 5, que estava ao lado do poço de Betesda havia 38 anos, esperando um anjo mover a água para ele dar um pulinho para ver se a superstição se cumpria a favor dele e ele ficava curado. Mas Jesus não achou que a espera era óbvia, que a espera era sintoma de alguém que queria ser curado. Jesus levou em consideração a possibilidade de que aqueles 38 anos fossem o vício de alguém que sabia que o outro ia pular sempre na frente e que não poderia sobreviver sem ver a sua doença nossa de cada dia. E aí ele se encontra com o homem e faz a pergunta mais idiota que alguém poderia fazer: “Tu queres ser curado?”


Então, desistir das coisas de menino equivale a querer ser curado. É um des-insistir. E não é só um des-insistir. Você primeiro des-insiste para depois saber, dentro de você, que quando você desiste, aquilo des-existe. Só que dói.


E tem um problema: em velhos, a insistência nessas coisas de menino imbeciliza o cara e torna-o inaproveitável. Porque Paulo diz: “Olhe, vai ser como bronze que soa, como címbalo que retine; pode fazer e acontecer, mas se você não tiver se transformando da motivação do menino para a motivação do homem, nada disso aproveitará.”



Terceira lição:


Só a desistência das reações performáticas do mundo dos imaturos e o mergulho na alegria de ser e de continuar a crescer é o que nos capacita a pensar em causa e efeito no mundo espiritual.


A gente toda hora diz assim: “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará.”


Ceifa nada!


Meu Deus, se a gente fosse ceifar o que a gente semeia, você pode ter certeza: não ficava nada! Até isso é um exagero de Deus. “Semeou vento, colheu tempestade” foi pouco! Se mexer na ordem cósmica do mundo de Deus, vai colher uma tempestadezinha! Você deveria ser chupado pro buraco negro! Então, até na maldade das coisas só tem bondade, porque o que é impressionante é que só a desistência das nossas reações performáticas (“Ele me provocou, eu vou revidar!”), próprias da religião (religião é coisa de criança), é que nos dá aquele direito de morrer numa ilha deserta, sem sepultura, sem cruz e sem epitáfio, sabendo que o cosmo inteiro está aplaudindo a tua chegada! Porque você existe o tempo todo para Deus, que sabe que existe!


Porque o amor genuíno se paga com vida em Deus. Assim, como o salário do pecado é a morte, o salário da prática disso tudo é vida, cada vez mais vida, no princípio da graça em operação.


Em 1 Coríntios 13, vejam o que os versos de 4 a 8 nos dizem a respeito:


O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.


Veja o que de bom pode acontecer com a gente, se a gente conseguir a cada dia ir chegando mais perto disso tudo. Olhe como faz bem ao corpo, à alma, ao espírito, a qualquer coisa que seja você.


1) O amor é paciente: A impaciência gera doença em nós.


2) É benigno: No filme “O Morro dos Ventos Uivantes”, você vê o que, na alma de um homem, a não-benignidade vai fazendo com ele. Vai monstrificando-o...


3) O amor não arde em ciúmes: Meu Deus! O que o ciúme faz mal ao fígado... Sem falar na alma, nas desestruturações todas, nas falsificações da realidade, nas ressurreições dos inexistentes, nas tentativas de bordelizações de almas santas...


4) Não se ufana: A ufania é a mãe de todos os idiotas do planeta.


5) Não se ensoberbece.


6) Não se conduz inconvenientemente: Tiraria você de cada fria!

7) Não procura os seus interesses: Só para lhe dar a liberdade de enxergar o melhor, porque quem procura os seus interesses o tempo todo, freqüentemente perde a melhor oportunidade, que passa longe por causa do seu egoísmo e capricho.


8) Não se exaspera: Basta passar de 44 graus que essa virtude não habita o meu ser.


9) Não se ressente do mal: Ou seja, não torna a sua própria alma uma câmara de ecos e monstros, não é um labirinto de Creta!


10) Não se alegra com a injustiça: O que é a única coisa que o põe no caminho mínimo de uma humanidade básica. Regozija-se com a verdade. Liberta você de preceitos, pré-conceitos, compromissos com aparência e o remete para a celebração da verdade no peito de quem ela esteja. Ainda que seja um inimigo falando a verdade!


11) Tudo sofre: Aí você pode perguntar: “Como é que isso pode fazer bem?” Mas esse sofrimento aqui faz muito menos mal do que aqueles sofrimentos nos quais a gente se mete por causa do ódio; esses são os que matam.


12) Tudo crê: A gente diz: “É otário!” Mas otário é o que engana, não é o que botou esperança de que o outro fosse bom.


13) Tudo espera.

14) Tudo suporta.

15) Jamais acaba.


Aí vem Paulo e diz que só a desistência das nossas reações performáticas (respondendo ao ciúme com performance ou exasperação e entrada em todas as propostas da morte) e o mergulho na alegria de crescer se auto-remunera, não com a aprovação ou com o poder conquistado na briga, mas na conquista de si mesmo; então o mundo espiritual passa a ter causa e efeito, porque o amor sempre resulta numa vida melhor.


Quarta lição:


O reconhecimento da nossa parcialidade é o único caminho para que o ideal de consciência que o amor gera não seja perseguido de modo moral. Porque a maior blasfêmia que fizeram com esse texto foi transformá-lo numa coisa moral. Esse texto não tem nada a ver com moral. Se tiver a ver com moral se transforma em Lei, e se for lei, mata.


O reconhecimento da nossa parcialidade faz a gente dizer como Paulo: “Eu sou parcial, porque o que é perfeito não veio ainda para nenhum de nós. Mas quando vier nós vamos ser como Ele é; por enquanto, nós estamos vendo como em espelho, obscuramente.”


É tudo parcial:


Eu sei em parte. Eu pratico em parte. Eu amo em parte.


Tudo é parcial!


Reconhecer isso é o único caminho para o qual o ideal da consciência que o amor maduro gera não seja perseguido por nós de modo moral, mas como uma rendição ativa a um processo infindável, no qual tudo nos aumenta sem jamais nos completar.


A moral lhe dá uma falsa idéia de que você se completa na Terra! Então, digamos a partir de hoje: “EU SOU PARCIAL. MAS O MEU IDEAL — NÃO POR CAUSA DA MORAL, MAS PELA ALEGRIA DE CRESCER E DE FICAR PACIFICADO NESTA VIDA — EU PERSIGO.”


Desistir das coisas de menino é uma rendição ativa a um processo infindável que não tem colação de grau, no qual tudo nos aumenta sem jamais nos completar, para que sempre cresçamos até chegar o que é perfeito; até chegar o dia final.


Vejamos os versos 10 a 12:


Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.



Quinta lição:


Paulo nos diz que o descaso para com esses princípios espirituais nos remete a três doenças básicas.

Primeira: A doença do covarde que acabou sendo o que era sem ser o que poderia ter sido.


Anedota para ilustração:

Um cara com tendências homossexuais queria muito ser pianista, mas o pai batia nele quando o via tocando piano, pois achava que ser pianista era “coisa de gay, de homossexual”. O menino, então, abandonou a arte. Um dia ele se encontrava triste, em uma academia de musculação. Então seu amigo lhe perguntou:
— Por que você está triste?
— É que meu pai me proibiu de ser pianista porque tinha medo que eu virasse gay, e hoje eu sou gay, mas não sou pianista!


Lição (moral da estória): Talvez se ele tivesse sido pianista, ele não tivesse virado gay. Talvez a energia que vazou para a homossexualidade foi a que o idiota do pai entupiu para a arte. Ninguém sabe! Em todo caso, eu quero dizer, com toda honestidade, que é melhor um gay pianista do que um gay sem melodia nenhuma.


Por que eu estou falando isso?


Porque 1Coríntios 13 nos diz o seguinte:


VENHA COMO VOCÊ VIER, O CAMINHO É EXCELENTE. PORQUE PARCIAIS TODOS NÓS SOMOS.


Em um sobra macheza, mas falta alma.


Em outro sobra inteligência, mas a sensibilidade é como a de uma ameba.


Outro tem uma capacidade assustadora de processar intelectualmente, mas não pratica nada do que sabe.


Ora, TODO MUNDO É PARCIAL!


Somos seres inacabados. Mas há esperança para todos os que põem o pé na graça, dizendo: “EU SEI QUE SOU PARCIAL E RELATIVO, MAS O AMOR DE DEUS É ABSOLUTO. Eu sei que o que eu sei é em parte e que, da parte que eu sei, eu não pratico nem uma mínima parte, mas o que eu sei é que Ele sabe tudo, e eu vou andar na graça dEle pela fé todo dia!”


Se você não consegue mudar sua natureza, Deus vai cuidar da sua alma com graça e misericórdia. Contudo, o que você pode fazer pela sua vida, ELE VAI ESPERAR QUE VOCÊ FAÇA.


Segunda: A doença do auto-enganado, que amou tanto uma virtude sua, que acabou virando um monstro em outras áreas da vida.


Anedota para ilustração:


Dois caras se encontraram na praia e começaram a conversar. Um corcunda e o outro não. Em meio à conversa, o outro começou a elogiar o pé do corcundinha:
— Cara! Que belos pés você tem! Como são bonitos os seu pés. Eu, com pés assim, não precisaria de mais nada! Eu mesmo me bastaria!

Depois de meia hora olhando e elogiando os pés do amigo, este respondeu:

— E como você acha que eu fiquei corcunda assim, companheiro?


No mundo espiritual também é assim. Eu conheço pessoas que ficaram “corcundas” pelo fato de terem amado muito uma virtude sua. Elegeram a sua virtude pra ser o seu emblema, o seu brasão! A pessoa fica “de caso” com aquilo e vira um corcundinha! Fica todo doentão porque fugiu da verdade.


Pelo amor de Deus!


Uma das maiores ilusões malignas que podem assaltar a alma de um homem é a crença no culto da sua própria virtude.


Não há nada que nos afaste mais da possibilidade de crescer do que o culto a uma virtude. Isso nos torna paralisados e adoecidos.


Aquele que cresce é aquele que enche o peito e diz: “EU SOU PARCIAL! Sei em parte, conheço em parte, entendo em parte, profetizo em parte... Tudo meu é em parte, mas eu sei qual é o meu chamado e a minha vocação, e eu estou andando pra lá. Eu quero que todo dia Ele me aumente e que em dia nenhum eu me sinta completo, até aquele dia em que eu vou deixar a relatividade dessa existência e eu vou vê-lo como Ele é. E eu vou me tornar como Ele é.”


Até lá, sou gente em processo de crescimento e não vou parar, porque só há um caminho sobremodo excelente, e é esse!


Até o fim, eu sou gente em processo de crescimento.


Só há um caminho para se andar: o da PARCIALIDADE.


Terceira: A doença do irrealismo sobre a existência que faz da vida um monte de excremento.


Quando você cai no irrealismo sobre a existência, o choque com a verdade de suas impotências, capacidades e fragilidades o leva a um pessimismo crônico, e qualquer coisa na vida vira excremento.



Anedota para ilustração:



Dois irmãos que moravam na mesma casa. Um dia, encontraram um cocô na sala. O mais novo, que viu, o cocô primeiro, falou:

— Que droga! Que porcaria é essa? Estragou meu dia!

O mais velho, que chegou um pouquinho mais tarde, viu o mesmo cocô e exclamou:

— Que maravilha! Temos um cavalo puro sangue aqui?



Comentário: Irrealismo: auto-engano de que não somos parciais, pecadores. O cara vira Poliana-moça, beata, carola.

O primeiro irmão é pessimista, um cara com mania de limpeza: vê o cocô e reclama.

O outro é realista, um cara mais “largado”: “Que beleza! Temos um puro sangue aqui!”



LIÇÃO MAIOR:


Enxergar uma verdade que arrebenta você hoje pode ser a maior certeza de cura para a sua alma amanhã.


Guarde isto no coração:


Todos nós sabemos mais do que conseguimos praticar, e o nosso chamado é para que a gente vá praticando cada vez mais tudo aquilo que a gente sabe que é bom. Faça o bem que você pode, viva a vida e acredite que a graça de Deus implantou em você uma semente de vida. Se a semente é de Cristo, ela vai crescer em você para a vida.


Meninos é que praticam mais do que sabem. O nosso infantilismo é adoecedor! Nossa salvação é graça. Graça para servirmos aos outros e não a nós mesmos. O que é bom é o que sai de mim sem sacrifícios. Faz de todos os ofícios algo sacro. Isso só acontece na paz que vem da graça.


Oração:

Senhor, salva-nos da fachada, de julgar os outros, de ver o outro e pensar do outro coisas erradas baseadas no nosso auto-engano. O caminho da tua graça é sobremodo excelente. Amém.
__________________________

Mensagem: “Desistindo das Coisas de Menino” — Caio Fábio
Transcrição: José Abdon Luna Accioly
Revisão: Fausto R.Castelo Branco05/NOV/08
(Mensagem Transcrita)




AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

1 Coríntios 13


Oração:

Pai, nós te invocamos. Cada um de nós carece da tua graça. Queremos que a tua palavra nos alcance; queremos que ela nos revele quem nós somos; que ela nos revele mais da graça de quem tu és e que ela nos seja um propulsor que faça com que a gente, dia a dia, dê um passo além da direção de nos tornarmos aquilo para o qual nós fomos chamados a ser.

Nós pedimos que seja assim, que haja paz no coração de todos. Que a tua palavra, quando nos molestar, nos moleste na direção da tua paz profunda. Quando ela nos perturbar, que ela nos perturbe na direção daquela lucidez que traz consciência da graça e faz o coração descansar em Ti.

Dá-nos que o resultado disso seja que cada um de nós encontre uma estatura cada dia um pouquinho maior e não menor do que a do dia seguinte.

Em nome de Jesus, para a glória de Jesus, amém.


* * *


Eu queria dizer a vocês para a gente não fazer aquelas divagações teológicas cansativas, que eu já não tenho muita paciência para elas (que “a natureza desse amor é Ágape” e tudo mais).


Mas o que Paulo está dizendo aqui não é para anjos nem é para Deus. Ele não está dando um conselho para Deus, dizendo: “Olha, Deus! O amor de Deus é assim...” Nem está chamando anjos e dizendo: “Olhai, anjos! O amor de Deus é assim...”


O que ele está dizendo é pra gente, que não tem nada a ver com isso aqui, cuja natureza caminha em direção diametralmente oposta. Gente que, desde o nível celular, carrega dentro de si uma ansiedade famigerada por se alimentar do outro, numa escala onde o superior usa o inferior, de tal modo que a vaca que come capim e gordura e tem licença para o fazer, nós nos sentimos já licenciados há muito tempo pra nos apropriarmos daquelas coisas que, na escala da criação, tem valor inferior a nós. Por isso, a gente come — os mais generosos, erva; os menos generosos, picanha, cupim e outras coisas.


Mas é uma apropriação constante do superior sobre o inferior. E o resto inteiro da organização da vida, indo das relações de sobrevivência básica à construção dos sistemas sociais, econômicos, relacionais, familiares... Em todos os níveis, as hierarquias de apropriação se estabelecem, ou pela via do poder, ou pela via do saber, ou do dinheiro, ou de uma mágica, ou seja do que for, o que possui o que falta ao outro, apropria-se dele.


Aí vem essa história desse amor que inverte essa cultura existencial radicalmente, e que, quando a gente olha em volta de nós, no mundo, é mais raro do que qualquer coisa rara possa rara considerada ser; e a gente olha pra dentro de nós e mesmo quando compara o melhor de nós concentrado na direção dAquele a quem a gente ama mais, a gente ainda descobre que nem aí nós saímos da estatura daqueles que balbuciam pro nível daqueles que articulam as primeiras palavras na lógica desse amor.


E aí o que acontece?


A gente tenta santificar alguém, a gente começa a achar que ouve santos que viveram isso aqui em plenitude.


Só quero lhe dar uma notícia horrorosa: nem Paulo, que escreveu isto aqui, conseguiu durante uma única semana seguida da existência dele, encarnar de modo absoluto a verdade que ele conhecia, na qual ele cria, e mais que cria, cria a ponto de fazer poesia!


Isso é chocante, porque todos os verbos desse texto, usados por Paulo, são inclusivos da pessoa dele. Ele não está dizendo nada sobre “vocês”. Ele diz: “Eu passo a mostrar-vos um caminho sobremodo excelente...”. E o resto da descrição toda tem a ver com “em parte conhecemos, em parte profetizamos, em parte vemos, em parte sentimos” porque ele está dizendo: “O caminho eu sei qual é, mas nós estamos andando juntos”.


A revelação do que é isso é absoluta; a nossa compreensão do que é isso é relativa; e a nossa capacidade de realização encarnada disso, mais relativa ainda. E nos remete para um processo, para um projeto de vida, de existência; e nos chama pra algumas lições práticas sobre a vida. Pois eu quero que você preste atenção no seguinte:


Hoje eu não estou querendo fazer uma exposição bíblica desse texto. Hoje eu só queria que você, que já o sabe “de cor e salteado”, pensasse, de uma maneira um pouquinho mais realista, nas lições simples não poetizadas, porém impregnadas de vida, intoxicadas de um poder que nos falta, e que eu gostaria que a gente, pelo menos, levasse pra casa, porque uma prática se torna prática consistente só muito tempo de uma verdade ter se transformado num valor no nosso coração.


Então, qual é a primeira lição que aparece aqui?


A primeira é esta:


À luz do que Paulo diz aqui, eu aprendo que leva um tempo entre o conhecimento de uma verdade e a sua totalização em nós.

Uma das grandes angústias da gente é que parece que todas as vezes que de algum modo a gente não tem mais como dizer que uma determinada verdade, um determinado valor nos penetrou, daí em diante, nós caímos no nível da indesculpabilidade permanente pela sua transgressão e cometemos a pior blasfêmia: transformamos uma verdade em Lei, e Lei escraviza. A Verdade liberta!


Nenhuma verdade de Deus quer ser lei, porque toda verdade de Deus transformada em lei gera o oposto daquilo que a verdade produz. A gente conhece a verdade, a verdade nos liberta. Mas transforme uma verdade em lei e ela vai matar você pra sempre.


Então, o que Paulo está dizendo é o seguinte : “Vejam na prática! Como eu sei todo esse valor. Eu consigo trazer pra dentro do meu coração a certeza profunda do ideal desse amor de Deus desse jeito! Essa é a nossa vocação!
Quando vier o que é perfeito, é nessa perfeição que um dia seremos aperfeiçoados”.


Quando a nossa viagem do estado de infantilismo ao da estatura do varão perfeito em Cristo se concretizar, nós seremos a absolutização disso aí. Eu só quero que você saiba de uma coisa: eu sei disso! Mas eu estou convidando você pra assumir a sua parcialidade de ser e não se tornar cínico e caminhar junto comigo nesse caminho sobremodo excelente, porque existe uma coisa inalienável:


NENHUMA VERDADE, UMA VEZ APROPRIADA E CRIDA, SE TRANSFORMA EM CONCREÇÃO ABSOLUTA INSTANTÂNEA NA VIDA DA GENTE NA MESMA HORA.


Ela tem que crescer em nós.


Às vezes ela atinge a nossa mente.


Vai levar um tempo pra ela virar emoção.


Vai durar outro tempo pra ela virar reação.


Vai levar outro tempo pra ela virar atitude.


Vai durar outro tempo pra ela se transformar em suor, em naturalidade, em ser que já pode ser sem nem evocar o ser que ele gostaria de ser, porque esse ser já não sabe ser outra coisa, a não ser ser aquilo!


É o caminho!


Então, vamos acabar com essa agonia de que “cada verdade que eu aprendi, meu Deus, virou uma lei que vai cair na minha cabeça e vai me destruir, e a minha indesculpabilidade é permanente porque eu agora sei essa verdade!” Ou, então, a gente tem que dizer: “Conhecereis a verdade e a verdade vos ferrará!” Porque até pra conhecer a verdade a gente tem que conhecer a verdade na graça.


Conhecer uma verdade já é graça! É favor imerecido, é revelação. É luz divina!


Então, ora... Se eu discerni uma verdade, eu recebi graça, porque se eu discerni em graça uma verdade; se não fosse a graça de Deus, eu por nenhum outro meio a discerniria. Por que, então, no dia seguinte, transformo isso que me foi dado como graça numa lei para me matar?


É PRA ME LIBERTAR!


Então, quando Paulo diz “Eu sei o que é isso” e passa o resto do tempo dizendo: “Nós conhecemos em parte, sabemos em parte; não chegou pra todo mundo, nem pra mim; é um caminho perfeito, eu estou chamando você pra andar junto comigo...”, ele está dizendo: “Olhe! Não vamos deixar que a verdade vire uma lei. Se virar, você não dá o passo seguinte, porque o passo seguinte você só dá na graça de Deus, e graça é favor imerecido.”


É nessa injustiça dolorosamente apaixonada, inexplicável e quase absolutamente indivisível do ponto de vista de qualquer racionalidade, que isto vem da parte de Deus para nós. É a arbitrariedade mais absoluta do absoluto: poder amar, incluir, perdoar e acolher sem precisar dar nenhuma outra explicação para ninguém em lugar nenhum, a não ser a cruz de Cristo e o sangue de Jesus — e daí em diante, silêncio!


É graça de Deus!


Na terra, toda plenitude de saber ainda se realiza em parte naquele que sabe.
E uma das angústias e dos espinhos da carne de quem sabe é ter que dizer como Paulo em Romanos 7: “O bem que eu quero nem sempre eu faço, mas o mal que eu não quero, às vezes eu faço.”


Isso se aplica a outra coisa: o que eu sei nem sempre todo dia eu consigo transformar em prática, mas eu estou andando nessa direção, e me esquecendo das coisas que para trás ficam, eu prossigo para o alvo; não faço voltas pra ressuscitar fantasmas. Eu prossigo para o alvo porque se a verdade não me libertar, no mínimo, do meu passado, ela serve para me libertar de quê?


Segunda lição:


Esse caminho sobremodo excelente é o único caminho capaz de transformar um menino num homem nesta Terra. Não há nenhum outro caminho. Esse caminho sobremodo excelente desse amor inatingível é o único caminho que leva um menino na direção de ser um homem. Sabendo o seguinte:


Meninos todos nós somos. Homens nós vamos nos tornando.


A estatura desse homem é do tamanho da não-esquizofrenia entre a verdade sabida e a vida vivida.


Quanto mais a consciência dessa verdade vai deixando de ter um fosso, um vazio, uma rachadura imensa entre o que eu sei e o que eu vivo, o que eu ajo, o que eu reajo; quanto mais vai aproximando, vai diminuindo a rachadura, a esquizofrenia — ela nunca vai estar completamente unida; só quando vier o que é perfeito, até lá é em parte —; quanto mais aproxima uma coisa da outra, mais o menino está virando homem, mais o homem está virando homem, mais o homem está crescendo. E a lição que ele diz é a seguinte:


“Quando eu era menino, eu pensava, falava, sentia como menino. Quando eu cheguei a ser homem, eu desisti das coisas próprias de menino.” O que revela outra coisa:

Que a gente chega a ser homem, mas um outro passo é você desistir das coisas de menino!

Senão, você vive permanentes síndromes de Peter Pan espiritual. Tem dias em que você está homem, tem dias em que você está menino. A ciclotimia fica nessa variedade e nessa mudança, até que você desiste.

Acho que na experiência humana, com a maioria de nós houve momentos em que você desistiu de coisas de menino. Ou será que ninguém aqui jamais desistiu de ser menino — um dia acordou e disse: “Não! Isto aqui é coisa de menino!”?

Isso nunca aconteceu com você? Pelo amor de Deus! Quantas vezes eu acordei, adulto, e disse: “Isso aqui é coisa de menino.” Eu estou longe de ficar cometendo as gafes de falar coisas de menino ou de fazer coisas de menino, mas sentir coisas de menino é o mais difícil porque habita a interioridade. Então, às vezes você fica “homenzinho” pra fora, fala tudo direitinho pra fora, faz tudo bonitinho pra fora, mas, do lado de dentro, você e alguém mais sabem que você não deixou de sentir coisas de menino.
Não que haja aqui a morte da criança linda; o discurso não é esse, não leve para esse lado. Porque Jesus glorifica o estado de infância no coração dizendo: “Se você não se fizer como um pequenino, você não entra no reino de Deus.”


O que Paulo está denunciando é um estado de imbecilidade. Então, desistir das coisas próprias de menino dói. É como desistir de uma doença crônica; é um horror. O cara fica viciado em dores, nos tratamentos, nos clubes de solidariedade que se formam em volta, nas histórias que não pára nunca de contar... Existe uma população imensa no planeta para quem a pior coisa que poderia lhes acontecer seria uma cura. Iria acabar o casamento. Acabaria um monte de coisas. Por isso é que Jesus encontrou aquele cara em João 5, que estava ao lado do poço de Betesda havia 38 anos, esperando um anjo mover a água para ele dar um pulinho para ver se a superstição se cumpria a favor dele e ele ficava curado. Mas Jesus não achou que a espera era óbvia, que a espera era sintoma de alguém que queria ser curado. Jesus levou em consideração a possibilidade de que aqueles 38 anos fossem o vício de alguém que sabia que o outro ia pular sempre na frente e que não poderia sobreviver sem ver a sua doença nossa de cada dia. E aí ele se encontra com o homem e faz a pergunta mais idiota que alguém poderia fazer: “Tu queres ser curado?”


Então, desistir das coisas de menino equivale a querer ser curado. É um des-insistir. E não é só um des-insistir. Você primeiro des-insiste para depois saber, dentro de você, que quando você desiste, aquilo des-existe. Só que dói.


E tem um problema: em velhos, a insistência nessas coisas de menino imbeciliza o cara e torna-o inaproveitável. Porque Paulo diz: “Olhe, vai ser como bronze que soa, como címbalo que retine; pode fazer e acontecer, mas se você não tiver se transformando da motivação do menino para a motivação do homem, nada disso aproveitará.”



Terceira lição:


Só a desistência das reações performáticas do mundo dos imaturos e o mergulho na alegria de ser e de continuar a crescer é o que nos capacita a pensar em causa e efeito no mundo espiritual.


A gente toda hora diz assim: “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará.”


Ceifa nada!


Meu Deus, se a gente fosse ceifar o que a gente semeia, você pode ter certeza: não ficava nada! Até isso é um exagero de Deus. “Semeou vento, colheu tempestade” foi pouco! Se mexer na ordem cósmica do mundo de Deus, vai colher uma tempestadezinha! Você deveria ser chupado pro buraco negro! Então, até na maldade das coisas só tem bondade, porque o que é impressionante é que só a desistência das nossas reações performáticas (“Ele me provocou, eu vou revidar!”), próprias da religião (religião é coisa de criança), é que nos dá aquele direito de morrer numa ilha deserta, sem sepultura, sem cruz e sem epitáfio, sabendo que o cosmo inteiro está aplaudindo a tua chegada! Porque você existe o tempo todo para Deus, que sabe que existe!


Porque o amor genuíno se paga com vida em Deus. Assim, como o salário do pecado é a morte, o salário da prática disso tudo é vida, cada vez mais vida, no princípio da graça em operação.


Em 1 Coríntios 13, vejam o que os versos de 4 a 8 nos dizem a respeito:


O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.


Veja o que de bom pode acontecer com a gente, se a gente conseguir a cada dia ir chegando mais perto disso tudo. Olhe como faz bem ao corpo, à alma, ao espírito, a qualquer coisa que seja você.


1) O amor é paciente: A impaciência gera doença em nós.


2) É benigno: No filme “O Morro dos Ventos Uivantes”, você vê o que, na alma de um homem, a não-benignidade vai fazendo com ele. Vai monstrificando-o...


3) O amor não arde em ciúmes: Meu Deus! O que o ciúme faz mal ao fígado... Sem falar na alma, nas desestruturações todas, nas falsificações da realidade, nas ressurreições dos inexistentes, nas tentativas de bordelizações de almas santas...


4) Não se ufana: A ufania é a mãe de todos os idiotas do planeta.


5) Não se ensoberbece.


6) Não se conduz inconvenientemente: Tiraria você de cada fria!

7) Não procura os seus interesses: Só para lhe dar a liberdade de enxergar o melhor, porque quem procura os seus interesses o tempo todo, freqüentemente perde a melhor oportunidade, que passa longe por causa do seu egoísmo e capricho.


8) Não se exaspera: Basta passar de 44 graus que essa virtude não habita o meu ser.


9) Não se ressente do mal: Ou seja, não torna a sua própria alma uma câmara de ecos e monstros, não é um labirinto de Creta!


10) Não se alegra com a injustiça: O que é a única coisa que o põe no caminho mínimo de uma humanidade básica. Regozija-se com a verdade. Liberta você de preceitos, pré-conceitos, compromissos com aparência e o remete para a celebração da verdade no peito de quem ela esteja. Ainda que seja um inimigo falando a verdade!


11) Tudo sofre: Aí você pode perguntar: “Como é que isso pode fazer bem?” Mas esse sofrimento aqui faz muito menos mal do que aqueles sofrimentos nos quais a gente se mete por causa do ódio; esses são os que matam.


12) Tudo crê: A gente diz: “É otário!” Mas otário é o que engana, não é o que botou esperança de que o outro fosse bom.


13) Tudo espera.

14) Tudo suporta.

15) Jamais acaba.


Aí vem Paulo e diz que só a desistência das nossas reações performáticas (respondendo ao ciúme com performance ou exasperação e entrada em todas as propostas da morte) e o mergulho na alegria de crescer se auto-remunera, não com a aprovação ou com o poder conquistado na briga, mas na conquista de si mesmo; então o mundo espiritual passa a ter causa e efeito, porque o amor sempre resulta numa vida melhor.


Quarta lição:


O reconhecimento da nossa parcialidade é o único caminho para que o ideal de consciência que o amor gera não seja perseguido de modo moral. Porque a maior blasfêmia que fizeram com esse texto foi transformá-lo numa coisa moral. Esse texto não tem nada a ver com moral. Se tiver a ver com moral se transforma em Lei, e se for lei, mata.


O reconhecimento da nossa parcialidade faz a gente dizer como Paulo: “Eu sou parcial, porque o que é perfeito não veio ainda para nenhum de nós. Mas quando vier nós vamos ser como Ele é; por enquanto, nós estamos vendo como em espelho, obscuramente.”


É tudo parcial:


Eu sei em parte. Eu pratico em parte. Eu amo em parte.


Tudo é parcial!


Reconhecer isso é o único caminho para o qual o ideal da consciência que o amor maduro gera não seja perseguido por nós de modo moral, mas como uma rendição ativa a um processo infindável, no qual tudo nos aumenta sem jamais nos completar.


A moral lhe dá uma falsa idéia de que você se completa na Terra! Então, digamos a partir de hoje: “EU SOU PARCIAL. MAS O MEU IDEAL — NÃO POR CAUSA DA MORAL, MAS PELA ALEGRIA DE CRESCER E DE FICAR PACIFICADO NESTA VIDA — EU PERSIGO.”


Desistir das coisas de menino é uma rendição ativa a um processo infindável que não tem colação de grau, no qual tudo nos aumenta sem jamais nos completar, para que sempre cresçamos até chegar o que é perfeito; até chegar o dia final.


Vejamos os versos 10 a 12:


Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.



Quinta lição:


Paulo nos diz que o descaso para com esses princípios espirituais nos remete a três doenças básicas.

Primeira: A doença do covarde que acabou sendo o que era sem ser o que poderia ter sido.


Anedota para ilustração:

Um cara com tendências homossexuais queria muito ser pianista, mas o pai batia nele quando o via tocando piano, pois achava que ser pianista era “coisa de gay, de homossexual”. O menino, então, abandonou a arte. Um dia ele se encontrava triste, em uma academia de musculação. Então seu amigo lhe perguntou:
— Por que você está triste?
— É que meu pai me proibiu de ser pianista porque tinha medo que eu virasse gay, e hoje eu sou gay, mas não sou pianista!


Lição (moral da estória): Talvez se ele tivesse sido pianista, ele não tivesse virado gay. Talvez a energia que vazou para a homossexualidade foi a que o idiota do pai entupiu para a arte. Ninguém sabe! Em todo caso, eu quero dizer, com toda honestidade, que é melhor um gay pianista do que um gay sem melodia nenhuma.


Por que eu estou falando isso?


Porque 1Coríntios 13 nos diz o seguinte:


VENHA COMO VOCÊ VIER, O CAMINHO É EXCELENTE. PORQUE PARCIAIS TODOS NÓS SOMOS.


Em um sobra macheza, mas falta alma.


Em outro sobra inteligência, mas a sensibilidade é como a de uma ameba.


Outro tem uma capacidade assustadora de processar intelectualmente, mas não pratica nada do que sabe.


Ora, TODO MUNDO É PARCIAL!


Somos seres inacabados. Mas há esperança para todos os que põem o pé na graça, dizendo: “EU SEI QUE SOU PARCIAL E RELATIVO, MAS O AMOR DE DEUS É ABSOLUTO. Eu sei que o que eu sei é em parte e que, da parte que eu sei, eu não pratico nem uma mínima parte, mas o que eu sei é que Ele sabe tudo, e eu vou andar na graça dEle pela fé todo dia!”


Se você não consegue mudar sua natureza, Deus vai cuidar da sua alma com graça e misericórdia. Contudo, o que você pode fazer pela sua vida, ELE VAI ESPERAR QUE VOCÊ FAÇA.


Segunda: A doença do auto-enganado, que amou tanto uma virtude sua, que acabou virando um monstro em outras áreas da vida.


Anedota para ilustração:


Dois caras se encontraram na praia e começaram a conversar. Um corcunda e o outro não. Em meio à conversa, o outro começou a elogiar o pé do corcundinha:
— Cara! Que belos pés você tem! Como são bonitos os seu pés. Eu, com pés assim, não precisaria de mais nada! Eu mesmo me bastaria!

Depois de meia hora olhando e elogiando os pés do amigo, este respondeu:

— E como você acha que eu fiquei corcunda assim, companheiro?


No mundo espiritual também é assim. Eu conheço pessoas que ficaram “corcundas” pelo fato de terem amado muito uma virtude sua. Elegeram a sua virtude pra ser o seu emblema, o seu brasão! A pessoa fica “de caso” com aquilo e vira um corcundinha! Fica todo doentão porque fugiu da verdade.


Pelo amor de Deus!


Uma das maiores ilusões malignas que podem assaltar a alma de um homem é a crença no culto da sua própria virtude.


Não há nada que nos afaste mais da possibilidade de crescer do que o culto a uma virtude. Isso nos torna paralisados e adoecidos.


Aquele que cresce é aquele que enche o peito e diz: “EU SOU PARCIAL! Sei em parte, conheço em parte, entendo em parte, profetizo em parte... Tudo meu é em parte, mas eu sei qual é o meu chamado e a minha vocação, e eu estou andando pra lá. Eu quero que todo dia Ele me aumente e que em dia nenhum eu me sinta completo, até aquele dia em que eu vou deixar a relatividade dessa existência e eu vou vê-lo como Ele é. E eu vou me tornar como Ele é.”


Até lá, sou gente em processo de crescimento e não vou parar, porque só há um caminho sobremodo excelente, e é esse!


Até o fim, eu sou gente em processo de crescimento.


Só há um caminho para se andar: o da PARCIALIDADE.


Terceira: A doença do irrealismo sobre a existência que faz da vida um monte de excremento.


Quando você cai no irrealismo sobre a existência, o choque com a verdade de suas impotências, capacidades e fragilidades o leva a um pessimismo crônico, e qualquer coisa na vida vira excremento.



Anedota para ilustração:



Dois irmãos que moravam na mesma casa. Um dia, encontraram um cocô na sala. O mais novo, que viu, o cocô primeiro, falou:

— Que droga! Que porcaria é essa? Estragou meu dia!

O mais velho, que chegou um pouquinho mais tarde, viu o mesmo cocô e exclamou:

— Que maravilha! Temos um cavalo puro sangue aqui?



Comentário: Irrealismo: auto-engano de que não somos parciais, pecadores. O cara vira Poliana-moça, beata, carola.

O primeiro irmão é pessimista, um cara com mania de limpeza: vê o cocô e reclama.

O outro é realista, um cara mais “largado”: “Que beleza! Temos um puro sangue aqui!”



LIÇÃO MAIOR:


Enxergar uma verdade que arrebenta você hoje pode ser a maior certeza de cura para a sua alma amanhã.


Guarde isto no coração:


Todos nós sabemos mais do que conseguimos praticar, e o nosso chamado é para que a gente vá praticando cada vez mais tudo aquilo que a gente sabe que é bom. Faça o bem que você pode, viva a vida e acredite que a graça de Deus implantou em você uma semente de vida. Se a semente é de Cristo, ela vai crescer em você para a vida.


Meninos é que praticam mais do que sabem. O nosso infantilismo é adoecedor! Nossa salvação é graça. Graça para servirmos aos outros e não a nós mesmos. O que é bom é o que sai de mim sem sacrifícios. Faz de todos os ofícios algo sacro. Isso só acontece na paz que vem da graça.


Oração:

Senhor, salva-nos da fachada, de julgar os outros, de ver o outro e pensar do outro coisas erradas baseadas no nosso auto-engano. O caminho da tua graça é sobremodo excelente. Amém.
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Mensagem: “Desistindo das Coisas de Menino” — Caio Fábio
Transcrição: José Abdon Luna Accioly
Revisão: Fausto R.Castelo Branco05/NOV/08

LIVROS DO CAIO FÁBIO ( Livres p/ download ).

Alguns livros do Pr. Caio Fábio foram digitalizados e, agora, estão disponíveis em PDF para download.




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