Se sem amor nada aproveita, então, sem amor não há vida, pois, caso qualquer coisa gerasse vida, o amor seria apenas uma outra alternativa de vida como existência.
Quando Paulo disse que o amor era o caminho sobremodo excelente, ele não dizia que sem amor há um caminho de vida, ainda que inferior.
Não! Afinal, João decretou que Deus é amor, e, também, que aquele que ama conhece a Deus, e que quem não ama jamais o viu.
O amor não é romântico e nem fantasioso. O amor lida com o que é; sem ficção. Nele cabe o romance quando essa é a relação, mas suas bases são bases de verdade e realidade.
Amar é, segundo Jesus, uma decisão espiritual a ser praticada em relação a tudo e todos.
No entanto, o amor tem que ser como o de Jesus. Amor diferente do amor de Deus não é amor.
Pode-se ver Jesus escolhendo amigos livremente. No entanto, Ele nunca escolheu a quem amar. Ele amava quem Ele via e passava o Seu caminho.
Sim! Amava sempre. Amou os amigos e discípulos, mas amou a todos os inimigos.
E quando se diz que Ele amou alguém, como foi com o “jovem rico”, se o vê amando sem romance. Não! Ele ama apenas com amor, não com emoções empolgadas.
Também se vê que no amor de Jesus o objeto do amor, o “jovem rico”, mesmo amado, é deixado seguir o seu caminho de auto-engano. Afinal, o amor deixa livre sempre.
De fato, o amor não é dono de nada e nem de ninguém.
Quem ama não possui e nem é possuído.
O amor não é um encontro de serpentes famintas engolindo uma a outra.
Amar o inimigo é uma decisão, assim como amar a mulher que um dia se amou e se ama.
Entre homem e mulher o amor quase sempre surge como paixão, desejo e encantamento; porém, somente se mantém como amor mesmo, o qual não tem nada a ver com as miragens iniciais do amor embrionário, se for alimentado pela decisão de amar.
Muitas vezes ouço as pessoas dizerem que querem um amor.
Penso:
Não quer amor nada. Quer apenas um Pet para possuir e ser possuído.
Afinal, quem ama não quer nunca um amor, pois pode amar a todos, indiscriminadamente.
Quem quer um amor quer uma posse, quer um objeto, quer um domínio de propriedade humana.
Cada dia mais é minha convicção que aquele que cresce em amor cresce em tudo na vida; da mente aos atos de vida verificável.
Quem quer expandir a mente deve amar, pois, somente no amor pode-se crescer para atingir o que quer que seja nosso maior potencial nesta vida e na vida porvir.
É triste ver que as pessoas creiam que o amor é apenas um confeito de bolo fraterno e humano, sem que vejam que o amor é a própria vida, e que um ser humano estará tanto mais vivo quanto mais amar com o único amor que existe em projeção eterna: o amor de Deus, que é aquele que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; e que jamais acaba.
O amor pode mudar de configuração conforme a relação. Porém, uma coisa que o amor não sabe é desamar.
Não há mistério. Sim! Vida é amor; e quem ama está no caminho de todas as coisas.
O amor é a síntese única de tudo o que faz a existência acontecer.
E se estamos falando da vida no espírito, nada há que possa ser real e verdadeiro sem amor.
Portanto, quem quer vida eterna, que busque amar; fazendo as decisões do amor todos os dias. Sim! Sem nunca se arrepender do amor.
Caio
15 de dezembro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF
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