Meu exercício mental tem sido [entre tantos outros que faço...] o de ler as Escrituras apenas a partir de Jesus; deixando de fora todas as pré-compreensões estabelecidas pela Religião Cristã; especialmente no que tange às suas Institutas ou Dogmas; quase todos nascidos da ena Igreja de Constantino; não do e no Evangelho...
Sim, leio tudo que houve [...] antes e depois de Jesus somente a partir de Jesus...
Alguém pergunta: E qual a importância disso?...
Ora, eu respondo...
Este é Santo Graal que os cristãos não querem achar; este é o Código da Bíblia que os judeus se recusam a admitir; este é o Sol que os humanos fazem guerra para apagar; este é o Caminho do Verbo na vida humana que Satanás mata e morre para destruir!...
O olhar que se adquire de tal modo de ver tudo a partir de Jesus do modo mais simples possível, nos leva inapelavelmente para uma desconstrução profunda, e, sem exagero no dizer: desconstrução total de tudo e de todas as coisas...
O mundo acaba!...
Afinal, foi Jesus Quem disse que aquilo que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus!
Assim, por exemplo, em Jesus vejo que o mundo jaz no mal, que tem um Príncipe [com o qual Jesus diz não ter nada a ver... ou a tratar...]; que originalmente o mundo era um campo de trigo, mas que foi infiltrado de joio; que os melhores homens, os que sabem dar boas coisas aos seus filhos, ainda assim são maus; que a geração que O cercava era incrédula e perversa [assim como todas as demais...]; que os líderes da Religião eram os mais caídos entre os caídos; que a presunção de “saúde” dada pela Lei, pela Moral ou pela Ética — criava a pior de todas as quedas...; que quem comete pecado [e que não comete?...] era escravo do pecado; que o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido; que há “perdidos” menosperdidos, pois se sabem perdidos; e que há perdidos mais perdidos que os “perdidos”, porque se julgam achados e sabedores do caminho para outros [...]; que só Deus sabe quem é de Deus, assim como na história do Samaritano Bom somente Deus veria tal bondade redentora [posto que o preconceito não permitisse que os judeus vissem graça de Deus onde só havia ódio e preconceito humano]; que o juízo de Deus separa os homens como um Pastor separa os cabritos das ovelhas; que o critério de tal juízo não será religioso, mas apenas centrado em atos de amor, a fim de justificar, e em atos de maldade ou de omissão, a fim de condenar; que a humanidade seguirá firme em seu caminho para a morte; que nada acordará os humanos no curso da História; que somente a Calamidade Final trará Luz ao entendimento humano; que os governos e poderes deste mundo não realizarão nenhuma Paz duradoura; que a vocação homicida e suicida dos humanos os levará a um encurralamento sem saída ou solução; que o final será marcado por desordens naturais, por assombrações inexplicáveis, por fenômenos apavorantes, por perspectivas aterradoras, pelo divisar de um futuro de morte; e, sobretudo, por se buscar na evasão [...] a solução [...], já que no Planeta não haverá esconderijo...
Desse modo, o que se vê em Jesus é a afirmação de que a humanidade se fará mal até ao fim...
Ora, para alguns tal vaticínio parece ser negativo... Para mim, entretanto, ele é apenas realista na verdade que não disfarça...
Jesus não chamou isto de Queda, mas de Morte...
Sim, por isto Ele disse que os cidadãos das falsas esperanças deste mundo eram como mortos; daí Ele mandar os que os mortos deste mundo sepultassem seus próprios mortos, assim como os soldados da batalha inglória devem pelo menos sepultar os mortos no mesmo campo de guerras de insanidades...
E mais: quando se lê e interpreta tudo a partir de Jesus, nenhuma religião, filosofia, sistema de governo, ou as ilusões das virtudes humanas — ficam em pé!...
O modo como Ele tratou o mundo dos sistemas humanos, seus governos, Direitos, Leis, Poderes, e Presunções..., sim, Seu modo de ver e interpretar o mundo dos homens sempre indicou a total falta de esperança de Jesus no homem como criatura capaz da paz e da justiça que logo não se corrompam...
Daí Ele dizer que o Seu reino não é deste mundo, não tem uma geografia-política e nem tampouco possui uma manifestação fora dos atos que emanem de corações; de tal modo que Ele disse que não se deveria buscar o reino de Deus aqui, ali ou acolá..., mas apenas dentro do coração.
Todas as questões que animam nossos debates de mortos para mortos não estavam presentes em Jesus...
Ele nunca se ocupou das Religiões do mundo; nem dos sistemas de poder do mundo [apenas disse: “Entre vós não é como entre eles”...]; nem se empolgou com as ofertas temporárias de paz interesseira; nem mesmo propôs que Seus discípulos tivessem a ambição de tomar o poder que Ele mesmo rejeitara possuir [“tudo isto ti darei...”] pela via mundana ou mesmo por qualquer via [...], posto que se esse fosse o caso Ele mesmo teria se curvado ante o Príncipe deste Mundo...
Para Jesus, questões como a separação entre Estado e Igreja, seriam como uma anedota [...], posto que para Ele tal coisa não devesse ser nem mesmo uma questão [...], quanto mais uma proposta [...] ou um dilema...
Para Jesus [...] a Sua Igreja era e é no mundo apenas sal e luz; e nada mais... Sim, deveria ser uma assembléia de escravos de todos, de servos de todos, de Filhos do Homem em pleno serviço de graça no mundo...
Sim, quase todos os temas de nossas angustias cristãs não tiveram espaço em Jesus...
Nós, entretanto, não sabemos mais fazer a diferença; visto termos nos tornado tão discípulos do Mundo/Igreja e da Igreja/Mundo [...] que a simples alusão ao que em Jesus é tão simples como a Luz [...] causa desconforto na maioria [...].
Fico vendo, de um lado, as angustias dos filhos do Cristianismo aflito, com medo de que os poderes que lhes foram dados pelo Imperador Constantino lhes não lhes sejam garantidos até ao fim... De outro lado vejo os que querem assumir de modo explicito os poderes de domínio do Império Romano Cristão na Terra...
Os 1º estão na defensiva, com medo de tudo...
Já os do 2º grupo estão em pleno processo de “Cruzada” político/religiosa contra os infiéis...
Jesus chora por eles como chorou sobre Jerusalém...
Sim, “pois isto agora lhes está oculto”...
O Véu ainda não saiu de seus rostos, visto que esconda a desvanecência de suas faces sem a semelhança de Jesus [...], porém, semelhantissima à de Constantino.
Enquanto isto... [aqui e ali] recebo ofensas por dizer apenas aquilo que vejo em Jesus e nada do que não vejo em Jesus!
Jesus, apenas Jesus [...]; sim, Jesus, puro e simples [...] — se tornou insuportável para os ouvidos dos senhores do Cristianismo: os clérigos, os sacerdotes, os bispos, os Dons isto e aquilo, etc...
Eu, todavia, me entristeço com a cegueira deles, ao mesmo tempo em que me encho de ternura misericordiosa...
Nada se pode esperar de quem não sabe se serve apenas ao Evangelho, vendo tudo somente em Jesus e a partir de Jesus, amando a Palavra da Vida, que, em sua simplicidade, destrói tudo aquilo que se tem cultuado como “Deus”, “Jesus” e “Evangelho” — ou se serve a um hibrido de produção humana que se batizou com o nome de “Cristianismo”.
Os que coxeiam entre tais inexistentes alternativas, segundo a radicalidade do Evangelho — tornam-se apenas Estatuas falantes do antigo Império Romano vestido de Cristianismo.
A Antiga Serpente não apenas enganou Eva e Adão, mas Abraão, Davi, Salomão [...], todos os reis de Israel, os Judeus, os Cristãos, o Cristianismo, o Protestantismo, o mundo todo [...]; e, em especial, segue enganando a todos que se impressionem mais com as possíveis glórias cristãs ou ameaças aos cristãos, do que com a perversão que nos trouxe à “preocupações” tão distantes de Jesus e do Evangelho...
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça; e quem puder discernir, discirna...
Nele, que diz como as coisas são, e que manda que Seus discípulos lavem os olhos a fim de verem tudo como Ele manda que se veja, interprete e decida,
Caio
15 de novembro de 2009
Manaus
AM
Nenhum comentário:
Postar um comentário