Línguas estranhas, profecias, sonhos e visões, curas, sinais prodigiosos, etc... — estão presentes em todos os registros de quase todos os povos primitivos.
Portanto, o que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses não são fenômenos, mas um único fenômeno: o amor...
Não é o nome de um deus ou de “Deus” é o que faz a diferença, mas exclusivamente o amor...
Onde o diferencial é amor, não importa a cultura, o ambiente religioso, a ignorância, whatever...
Se há amor, aí há Deus...
Se não há amor, pode haver o nome de Deus, as doutrinas de “Deus”, culto a Deus, tudo a Deus — mas não haverá Deus aí...
Milagres sem Deus são comuns...
O incomum é o milagre de Deus...
O sobrenatural não é a marca de Deus...
A marca de Deus é o amor...
O mundo está cheio de milagres e de sobrenatural..., mas vazio de Deus!
Jesus fez muitos milagres, mais milagres do que qualquer outro ser humano...
No entanto, a leitura do Evangelho nos mostra que Jesus faz milagres como um gesto de amor pela fraqueza e pela dor humana, mas não como um recurso da revelação de Deus...
Ao contrário, Jesus denuncia a relação adoecida das multidões com os Seus próprios milagres; e diz: “Não foi por mim e nem pela Palavra que vocês voltaram, mas porque vocês comeram pão de graça”...
Jesus fez e aconteceu... até que “os judeus” começaram a “pedir sinais”...
Então Ele foi diminuindo...
A esta geração não será dado outro sinal senão o do profeta Jonas! — disse Jesus nessa hora.
Milagres do amor curam e não adoecem a alma...
Mas os milagres dos fenômenos, esses matam o espírito...; pois criam fé no milagre e não em Deus, e dão ao que busca o milagre a sensação errada de que o milagre valida a experiência da pessoa com Deus; e não é o caso...
Por isto é que no Evangelho o único milagre a ser sempre celebrado é o da conversão, é o do arrependimento, é o da novidade de vida, é o novo nascimento!...
Ora, esse milagre que o Evangelho busca e celebra, só acontece mediante o amor; pois, sem amor, todo milagre é apenas manifestação de um fenômeno...
“Ainda que tudo...” — sem amor nada aproveitará.
O problema é que os crentes, à semelhança dos judeus dos dias de Jesus, buscam sinais, mas não querem a Palavra!
Assim, buscando sinais não crêem no amor e na fé como sinais que superam todos os demais...
Ao final, o que acontece é que um milagreiro lê este meu texto e ri de mim, desse coitado, desse romântico, desse otário, desse bobo que fica aí falando de amor...
Eu, todavia, creio tanto nisto quanto em tudo o mais..., mas quero apenas ser discípulo dos milagres do amor de Deus, e não tenho desejo por nenhum poder que não nasça exclusivamente do amor.
Nele, de Quem aprendi que se não for assim [...] de Deus não é,
Caio
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