Sabemos que quando este tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa eterna nos céus! — Paulo, aos Corintios (II).
Sou um ser
Entretanto, assim como o corpo deles [de meus pais] é terreno e corruptível, assim é também o meu.
Desse modo, estou envelhecendo; e meu corpo vai se desgastando; até que chegue o desgaste final; isso se nenhum acidente atingir o tabernáculo e encurtar seus dias de existência.
Aqui estou de passagem. Por isto é que estou no caminhar no Caminho, embora este meu caminhar seja ainda passageiro, posto que resulta de meu mover tabernacular.
Todos os dias vemos pessoas partirem para a eternidade. Entretanto, muitos de nós parecemos existir perenemente sob a ilusão da continuidade daquilo que é passageiro. Ou seja: existem no corpo como se o corpo fosse tudo o que existisse e importasse.
Ora, quem assim existe [apenas para o corpo, o tempo e o espaço] jamais terá poder e força para fazer as renuncias e as escolhas que somente acontecem se motivadas pela presença da eternidade em nós.
Sim! Não há poder para se viver o Evangelho no corpo [único lugar no qual ele deve ser vivido e pode ser vivido] sem que nosso espírito esteja impregnado pela glória da eternidade!
Desse modo [todos os dias] deixo àss coisas que somente julgam importantes os que pensam que a vida no tabernáculo terreno é a única que existe ou que importa; e, assim, abraço resolutamente os significados de meu edifício eterno, ao invés de sucumbir aos apelos do momento que têm o poder de embotar meu significado eterno.
Não adiante alguém tentar se enganar julgando que encontrará sentido para a fé em Jesus apenas na dedicação da vida as coisas deste mundo.
Não! Tal sentido não existe! Pois, o reino de Jesus tanto não é deste mundo, como também não vem com visível aparência; sendo real apenas para aqueles que têm consciência do significado das coisas que não aparecem.
Desse modo, digo:
Quem não se gloria na esperança da glória de Deus jamais se gloriará também nas próprias tribulações — conforme a recomendação de Paulo em Romanos cinco.
Assim, repito:
Sem consciência da transitoriedade de todas as coisas nenhum de nós jamais se alegrará em Deus na presente existência; a qual é cheia de tudo o que não é e não fica; servindo apenas para nos treinar para o que é e fica para sempre.
Neste mundo somente os que discernem o que não é conseguem obter entendimento a fim de privilegiarem as coisas que são.
Ora, o que é, não é muito; mas é tudo; pois, é por ser o que importa, e não por eleições feitas pela vaidade humana.
O que você privilegia? O tabernáculo que se desfaz ou o edifício que não perece?
Pense nisso a fim de que você não brigue por um camarote no Titanic enquanto ele está afundando!
Nele,
Caio
17/04/08
Lago Norte
Brasília
DF